- 09 de dezembro de 2024
Globo Online
BRASÍLIA - Mais 16 pessoas foram presas nesta segunda-feira, acusadas de envolvimento num esquema de fraude em concursos públicos. No total, 73 pessoas já foram para a cadeia desde domingo, quando 48 foram detidas no Distrito Federal e nove no Mato Grosso. Entre os presos estão 16 servidores do Tribunal de Justiça do DF, dois policiais civis de Brasília e candidatos que faziam prova para agente penitenciário federal, presos enquanto faziam as provas.
Segundo a Polícia Civil do DF, a quadrilha vendia gabaritos de concursos ou mesmo a inclusão dos nomes dos interessados na lista de aprovados por até R$ 30 mil. Pelo menos 12 concursos realizados pelo Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe) teriam sido fraudados nos últimos nove anos e muitos candidatos beneficiados pelo esquema hoje ocupam cargos de chefia no serviço público. Ao todo, a Justiça expediu 103 mandados de prisão em todo o país.
A maioria das prisões foi efetuada durante a prova de seleção para o cargo de agente penitenciário, realizada neste domingo. Mais de 50 mil candidatos disputavam as 368 vagas oferecidas. As prisões começaram uma hora depois do inicio do exame. O Ministério da Justiça informou que está analisando se vai cancelar o concurso.
Antes mesmo do expediente começar, 14 funcionários do Tribunal de Justiça do DF foram presos na manhã desta segunda-feira. Eles são acusados de terem entrado no tribunal, fraudando o concurso público de 2003. O Tribunal de Justiça do DF, por sua vez, informou que nâo vai anular o concurso, mas disse que os servidores envolvidos podem ser exonerados para preencher as vagas com outros aprovados.
De acordo com a polícia, o grupo era comandado pelo técnico judiciário do TJ do Distrito Federal Hélio Ortiz e tem a participação de funcionários do Cespe, do Tribunal de Justiça do DF, de oficiais da Polícia Militar de Brasília e Goiás e de policiais civis de Brasília.
As investigações começaram no final do ano passado. Mas a Polícia Civil acredita que as fraudes podem estar ocorrendo desde 1996. Em pelo menos um concurso, de 2003, as irregularidades já foram confirmadas.
- Era uma quadrilha organizada. O principal ponto deles era fraudar os concursos públicos. As prisões continuam e nos estamos atrás do líder da quadrilha, que é o Hélio Ortiz - diz o chefe da Polícia Civil do Distrito Federal, Laerte Bessa.
As provas dos concursos que estão sendo investigados foram feitas pelo Cespe, um centro de seleção da Universidade de Brasília. A diretora geral, Romilda Macarini, diz que houve apenas uma tentativa de fraude, que o exame não será anulado e que todos os concursos públicos e colaboradores do Cespe são sempre investigados.
- Eles continuam sendo investigados e se, por acaso, tiver alguém, essa pessoa será punida no rigor da lei - garante.