00:00:00
NOTA DE ESCLARECIMENTO

Em artigo enviado ao Fontebrasil, o desembargador Mauro Campello, presidente do TRE-R afirma que "não aceitará ou não irá tolerar qualquer atitude neste sentido, pois a nossa posição, juntamente com todos os juízes eleitorais é de absoluta obediência à lei, à justiça". Quanto a isso, dissemos apenas que ele e os demais magistrados não estarão fazendo nada além do que as suas obrigações. É para isso que nós, contribuintes, pagamos seus salários e lhe garantimos respeitável aposentadoria.

Causou-nos surpresa a eloqüência com que o presidente do TRE-RR, desembargador Mauro Campello, apresentou uma resposta ao artigo "O que não se espera da Justiça Eleitoral", publicado neste Fontebrasil, daí, colocarmos o nosso esclarecimento pontual quanto à nota do presidente do TRE-RR: Não só concordamos como congratulamos esse "momento importantíssimo" que a Justiça Eleitoral interage com a sociedade através de programas e campanhas informativas ao eleitor sobre o papel dos julgadores eleitorais. Do mesmo modo, concordamos que todos os profissionais de imprensa têm que ter responsabilidade com as informações divulgadas "envolvendo o nome de instituições inabaladas, como é o caso do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima". No entanto, não vejo onde e como o TRE-RR teve a sua credibilidade abalada e onde este Editor foi "leviano" em informar tais fatos: a) A TV Caburaí é controlada pelo senador Romero Jucá. b) Muitas decisões da Justiça Eleitoral em 2002 tiraram do ar ou cortaram programas eleitorais de coligações opositoras ao senador. c) Volto a repetir que não esperamos que tais fatos se repitam, quanto mais depois que prestamos o serviço destas informações. d) Não temos culpa de que ainda haja no TRE-RR pessoas mal informadas acerca do que ocorre na vida política de Roraima. e) Não existe onda de "achismo" no texto escrito. Se for devidamente lido, verá que há afirmações onde os fatos foram apurados, as informações foram checadas, as suspeitas têm sim fundamento e sem paixão política, tanto que contamos com o auxílio de matéria publicada pela revista Veja. f) Em nenhum momento acusamos a Justiça Eleitoral de privilegiar qualquer grupo político. Em nenhuma linha do artigo escrito se questionou o papel da Justiça Eleitoral, pelo contrário, se depositou confiança nela tanto que fomos direto ao assunto fazendo tal denúncia diante "de uma justiça transparente, célere e acessível", como o ilustre presidente expressou. Daí, não entendermos o tratamento de "leviano" feito por sua excelência a este Editor. Afinal de contas, o TRE está aberto ou não a denúncias? O TRE-RR reconhece ou não o direito à liberdade de expressão? Sim, como bem disse Mauro Campello, "a escolha da emissora geradora dos programas eleitorais é feita com a participação de todos os partidos e coligações envolvidos no pleito eleitoral e não uma imposição pessoal de qualquer juiz deste Tribunal", então o que isso impede de que um veículo de comunicação ao invés de utilizar o Disk-Denúncia do TRE-RR, vá direto ao assunto publicando texto em seu espaço? Simplesmente, foi isso o que fizemos. Este jornalista sempre teve o cuidado de se inteirar sobre os assuntos que escreve, o presidente do TRE-RR, talvez, é que não se inteirou sobre o assunto que foi tratado aqui no site. E não acreditamos, de forma alguma, que tenhamos o poder de "indispor os candidatos e partidos com o Tribunal ou ainda, em vão, influenciar a decisão deste Tribunal". Quanto ao parágrafo que Mauro Campello afirma que "não aceitará ou não irá tolerar qualquer atitude neste sentido, pois a nossa posição, juntamente com todos os juízes eleitorais é de absoluta obediência à lei, à justiça", dissemos apenas que ele e os demais magistrados não estarão fazendo nada além do que as suas obrigações. É para isso que nós, contribuintes, pagamos seus salários e lhe garantimos respeitável aposentadoria. Agora, se mesmo depois da denúncia aberta, feita aqui no Fontebrasil, for acatada a escolha de uma emissora controlada por um coordenador da campanha eleitoral de uma candidata majoritária, paciência com a repercussão que for causada nas esferas regional e nacional. Uma boa assessoria de imprensa explicaria isso ao TRE-RR. E ao contrário do que pensa Campello, acreditamos sim que a informação dada no artigo "O que não se espera da Justiça Eleitoral" contribui e muito para a formação de opiniões, para reflexão dos juízes eleitorais. Não vivemos numa ditadura, nem tratamos com orquídeas raras que vivem numa redoma e que não podem ser tocadas por um raiozinho de crítica que seja. Concordamos com " o que se espera da imprensa - aquela que desempenha seu papel social - é a divulgação fiel e verídica dos fatos. Não podemos permitir que ondas de boatos manchem a imagem da Justiça Eleitoral de Roraima". Ocorre que no texto, não tratamos de boatos, tratamos de fatos: A TV Caburaí é controlada pelo senador Romero Jucá - embora pareça que só o presidente do TRE-RR ainda não saiba disso -, e vários pedidos de retirada de textos e imagens de programas que seriam apresentados no Horário Eleitoral Gratuito em 2002, foram acatados depois que fitas de coligações opositoras ao senador haviam sido entregues na retransmissora. Não vestimos a carapuça de que não temos a "mínima preocupação em se aprofundar em determinados assuntos, antes de levar a informação aos seus leitores". Pelo visto, não é nenhum profissional do Fontebrasil que não está se aprofundando em informações necessárias sobre a vida política de Roraima e assim prestar um serviço ainda melhor à sociedade. Agora, que a opinião deste Editor seja pelo menos respeitada. A reformulação por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral de uma decisão polêmica do TRE-RR, caracteriza sim, num desgaste, numa situação do tipo "vocês estão por unanimidade desta corte superior, errados!". É isso que penso, ou será que por pensar assim sou "leviano"? Por fim, torcemos que "a resposta que a Justiça Eleitoral dá à sociedade se revela na transparência com que realiza os pleitos, na independência com a qual julga os processos e no rigor com o qual pune aqueles que eventualmente atentam contra a vontade dos eleitores ou que buscam se beneficiar de suas mazelas". Pois isso é o dever e a obrigação de juízes e desembargadores, para isso, nós contribuintes, pagamos os seus salários. Edersen Lima
COMENTÁRIOS