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O que se espera da imprensa... - Por Mauro Campello

Não podemos ser levianos !!! Não podemos deixar que essa onda de "achismo" comprometa a reputação de pessoas e instituições. É preciso que se aprenda a apurar fatos e a checar informações, para que não se caia na tentação de veicular suspeitas sem fundamentos, por pura paixão por esse ou aquele grupo político. Nós somos exemplo de uma justiça transparente, célere e acessível. Diante disto não se pode presumir, como fez levianamente o ilustre jornalista, que se vá privilegiar determinados grupos em detrimento dos demais.

O Judiciário Eleitoral de Roraima vive um momento importantíssimo, na medida em que busca uma aproximação maior com a sociedade por intermédio de programas e campanhas de esclarecimento ao eleitor. Neste trabalho temos contado com a prestimosa colaboração dos veículos de comunicação, que têm o papel fundamental de levar ao conhecimento da população nossas ações. Vivemos um processo de amadurecimento e reconhecemos que somente esta abertura poderá possibilitar uma melhor compreensão por parte da sociedade, sobre o nosso papel de julgadores. Por outro lado, penso que já está na hora de alguns profissionais da imprensa, por sua vez, aprenderem a ter mais responsabilidade com as informações divulgadas envolvendo o nome de instituições de credibilidade inabalada, como é o caso do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima. Não podemos ser levianos !!! Não podemos deixar que essa onda de "achismo" comprometa a reputação de pessoas e instituições. É preciso que se aprenda a apurar fatos e a checar informações, para que não se caia na tentação de veicular suspeitas sem fundamentos, por pura paixão por esse ou aquele grupo político. A Justiça Eleitoral sempre tratou e tratará com igualdade de condições os seus jurisdicionados. Sua atuação sempre foi firme, justa e isenta de qualquer tipo de pressão por parte de quem quer que seja. Nós somos exemplo de uma justiça transparente, célere e acessível. Diante disto não se pode presumir, como fez levianamente o ilustre jornalista, que se vá privilegiar determinados grupos em detrimento dos demais. A escolha da emissora geradora dos programas eleitorais é feita com a participação de todos os partidos e coligações envolvidos no pleito eleitoral e não uma imposição pessoal de qualquer juiz deste Tribunal. Tivesse o caro jornalista o mínimo cuidado em se inteirar acerca dos procedimentos da Justiça, poderia muito melhor informar seus leitores, ao invés de promover a divulgação de noticias falaciosas e que buscam, a bem da verdade, indispor os candidatos e partidos com o Tribunal ou ainda, em vão, influenciar a decisão deste Tribunal. Não aceitamos e não vamos tolerar qualquer atitude neste sentido, pois a nossa posição, juntamente com todos os juízes eleitorais é de absoluta obediência à lei, à justiça. A escolha da emissora transmissora caberá aos partidos e ao juiz, e neste sentido, não há cúmplices ou culpados, mas sim a responsabilidade pela escolha, a qual será efetuada por todos os interessados no pleito. O que não se espera da imprensa é que fique a propalar noticias desta espécie, que em nada contribuem para o aperfeiçoamento da democracia e para a regularidade do pleito. O que não se espera da imprensa é a utilização da imagem não autorizada de quem quer que seja ou a veiculação de informações não colhidas junto à fonte citada. O que se espera da imprensa - aquela que desempenha seu papel social - é a divulgação fiel e verídica dos fatos. Não podemos permitir que ondas de boatos manchem a imagem da Justiça Eleitoral de Roraima. É inadmissível que existam profissionais que não tenham a mínima preocupação em se aprofundar em determinados assuntos, antes de levar a informação aos seus leitores. O Poder Judiciário com suas instâncias e graus de recursos precisa ser compreendido para que não se corra o risco de prestar um desserviço à população. Toda decisão judicial, até seu julgamento final, é passível de recurso, e neste caso, a eventual reforma de uma decisão por uma Corte superior não representa demérito ou "desgaste" para qualquer juiz ou Tribunal. Antes disso, traduz-se numa garantia constitucional e faz parte do processo democrático, que aceita posições divergentes e convencimentos variados sobre uma mesma situação. A posição de transparência do TRE/RR se revela ao criar condições para que o cidadão denuncie qualquer abuso ou desrespeito à lei eleitoral e ao processo democrático. Podemos citar como exemplos os programas Disk-denúncia e Denúncia On-line, através dos quais é possível a participação popular, sem que seja necessária qualquer tipo de identificação, preservando-se o denunciante de qualquer retaliação por parte dos denunciados. A resposta que a Justiça Eleitoral dá à sociedade se revela na transparência com que realiza os pleitos, na independência com a qual julga os processos e no rigor com o qual pune aqueles que eventualmente atentam contra a vontade dos eleitores ou que buscam se beneficiar de suas mazelas. Boa Vista, 19 de julho de 2004 Des. Mauro Campello, presidente do TRE/RR
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