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Senso Crítico - O influente Romero Jucá
Não é de hoje que se sabe que Romero Jucá é influente e joga pesado quando quer alguma coisa tipo... atrasar liberação de recursos federais para Roraima, ou que questões importantes como a fundiária não seja resolvida enquanto ele não for governador, ou quando decide que pessoas devem ser presas para mostrar que todos são desonestos menos ele, acusado de se apropriar ilegalmente de um canal de TV (Caburaí), pegar propina de emendas parlamentares e de um calote de mais de R$ 32 milhões no Basa.

Edersen Lima, Editor Brasília - Pesquisa feita pelo Departamento Intersindical de Assessoria-Parlamentar-DIAP, divulgada ontem (14) aponta o senador Romero Jucá como um dos 100 mais influentes políticos do Congresso Nacional. A lista do DIAP já apontou em tempos passados o ex-deputado Elton Rönelth também como influente. Realmente, não é de hoje que, pelo menos aqui em Brasília, se sabe que Romero Jucá é influente e joga pesado quando quer alguma coisa tipo... atrasar liberação de recursos federais para Roraima que contrarie a sua vontade, ou que questões importantes como a fundiária não seja resolvida enquanto ele não for governador, ou quando decide que pessoas acusadas de improbidades administrativas devem ser presas para mostrar que todos são desonestos menos ele, acusado de se apropriar ilegalmente de um canal de TV (Caburaí), pegar propina de emendas parlamentares e de um calote de mais de R$ 32 milhões no Basa. Se assim não fosse, a Folha de S. Paulo, o maior jornal do país, em sua coluna política Painel, na área CONTRAPONTO, não teria publicado a seguinte nota no dia 26 de outubro de 1999: "Pelada no cerrado - O governador de Roraima, Neudo Campos (PPB), e o senador Romero Jucá (PSDB) travam uma guerra recheada de pequenos golpes baixos. Semana passada, por exemplo, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado pôs em pauta um pedido de autorização para Neudo contrair um empréstimo externo de US$ 26 milhões para eletrificação rural no Estado, que o governador quer inaugurar na eleição de 2000. Jucá, que já havia barrado outras tentativas de votação do pedido, tinha um compromisso na mesma hora. Passou cedo na comissão e solicitou a inversão da pauta, passando o item para o último lugar da lista de votação. E saiu, certo de que voltaria a tempo de brecar a votação. Sabendo que Jucá estaria ausente, Neudo telefonou para os caciques pefelistas, que fizeram uma nova inversão da pauta. Quando Jucá chegou, o pedido estava aprovado. Neudo vibrou: - Eu não sou o Ronaldinho, mas dei um grande drible de letra no Jucá!" Sobre a influência de Romero Jucá, a mesma Folha de S. Paulo, três dias depois, voltou a publicar: "Causa própria - Exemplo de como funciona a base governista: FHC pediu para Arruda aprovar um pedido de empréstimo externo de US$ 26 mi para Roraima. Só os tucanos votaram contra, solidários com Romero Jucá, que é adversário do governador do Estado." Será que o senador tem peito e coragem para desmentir e processar - coisa que adora fazer com jornalistas roraimenses - a Folha de S. Paulo? Sim, amigo leitor, tanto a BR-174 e o Linhão de Guri já seriam parte da vida dos roraimenses pelo menos dois anos antes de suas conclusões se não houvesse o dedo de Romero Jucá impedindo as obras porque ele fazia oposição ao governo do estado, ou seja, a sua posição política esteve acima dos interesses do povo. Aliás, nesses casos, o povo que se dane, não é? Não satisfeito, Romero que era líder do governo FHC, trabalhou contra a definição da questão fundiária que transferiria as terras da União definitivamente para o estado. O deputado Raul Jungmann, atual namorada da prefeita Teresa Jucá, informou a dois deputados federais do estado: "A questão já poderia ter sido resolvida. Só não foi porque o Jucá não quis. Prestígio e força para isso ele tinha de sobra no governo (FHC). Não fez para não fortalecer politicamente o governador (Neudo Campos)". E no ano passado, depois de quase dez visitas ao Ministério da Justiça onde a pauta sempre foi a moralização do estado de Roraima, Romero Jucá fez pressão para que a Operação Praga do Egito mandasse para cadeia tudo quanto era político desafeto seu, inclusive o maior deles, Neudo Campos, inimigo público do juiz Hélder Girão Barreto, amigo do senador e que decretou a prisão de Neudo. Por último, Romero Jucá quer calar a rádio Equatorial, e não está longe disso. A emissora já recebeu comunicado de que corre risco de ser tirada do ar por órgãos federais caso "se exceda" nas considerações, análises e informações sobre a campanha de Teresa Jucá. Liberdade de expressão, democracia, são palavras fora do dicionário. Diante de tudo isso, não tenha dúvida amigo leitor, Romero Jucá é sim muito influente, pena que a sua influência esteja apenas de acordo com as suas pretensões políticas e não em consonância com o que esperava do seu mandato: trabalhar positivamente por Roraima.
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