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AFAGANDO E APEDREJANDO - Por Márcio Accioly
Brasília - O psiquiatra norte-americano Justin Frank lançou um livro intitulado "Bush on the Couch" (Bush no Divã), traçando perfil assustador do atual presidente dos EUA. Entre outras coisas, no método que utiliza (conhecido como "psicanálise aplicada"), ele aconselha o republicano a renunciar e entrar para os "Alcóolicos Anônimos". É quadro devastador a respeito de cidadão que dirige a maior potência do mundo, montado em armas de destruição em massa de todo tipo, inclusive nucleares.

Brasília - O psiquiatra norte-americano Justin Frank lançou um livro intitulado "Bush on the Couch" (Bush no Divã), traçando perfil assustador do atual presidente dos EUA. Entre outras coisas, no método que utiliza (conhecido como "psicanálise aplicada"), ele aconselha o republicano a renunciar e entrar para os "Alcóolicos Anônimos". É quadro devastador a respeito de cidadão que dirige a maior potência do mundo, montado em armas de destruição em massa de todo tipo, inclusive nucleares. Pois bem, um mês depois do lançamento do horrendo livro, a emissora alemã SWR apresentou documentário em que Florian Westphal, porta-voz da Cruz Vermelha em Genebra (Suíça), afirma ter registrado a presença de 107 crianças detidas em diversas prisões iraquianas, inclusive no presídio de Abu Ghraib, palco de torturas inomináveis recentemente divulgadas mundialmente. O sargento Samuel Provence, integrante do serviço secreto militar dos EUA, declarou que "especialistas em interrogatório assediaram uma garota entre 15 e 16 anos numa cela". A adolescente foi presa e separada de seus familiares para que os tarados do exército mais poderoso do planeta a humilhassem e a assediassem sexualmente. Ela só não foi violentada porque a polícia militar interveio, quando já se encontrava seminua. O sargento havia sido terminantemente proibido de contar à imprensa o que viu, antes de ser removido de volta para o seu quartel na cidade de Heidelberg, Alemanha. Tudo é proibido pelos EUA. Nós só tomamos conhecimento do que acontece em Abu Ghraib porque apareceram fotos. Mas o secretário Donald Rumsfeld já determinou que não pode mais entrar nenhuma câmara fotográfica ou celular que possua esse tipo de equipamento, dentro das prisões. Cômico, não fosse tão trágico. É a isso que George W. Bush, megalomaníaco e ex-viciado em drogas ("mal curado"), chama de "democracia". E são fatos dessa natureza que mobilizam os militantes islâmicos, fazendo com que se amarrem em cintos-bombas e veículos, explodindo nos locais onde é possível encontrar algum ocidental. Hoje, o país árabe está muito pior do que à época em que era dominado por Saddam Hussein. É preciso que se lembre que tal discussão vem à tona sem que se permita investigação séria na prisão de Guantánamo, Cuba, base militar norte-americana onde se encontram presos diversos cidadãos árabes sem direito a advogado nem defesa. Vivem em condições degradantes, isolados e sofrendo maus-tratos indizíveis. É essa a história da presença do homem nesse minúsculo e inexpressivo planeta. Roubando, humilhando, mutilando e assassinando seu semelhante, na "defesa de princípios e ideais". Os EUA construíram seu poder dessa maneira: saqueando os demais países (tal como fez com o México, de quem tomou a maioria do território) e dando sentido diferente às palavras. Democracia, por exemplo, significa saque, extorsão; capitalismo significa apropriação indébita da riqueza alheia. Quem melhor retratou a situação, em livro memorável, foi o inglês George Orwell no seu impagável "1984". A essa capacidade de utilização de uma palavra, expressando exatamente o oposto, chamou de "novinlíngua". Assim caminha a humanidade. "Defendendo" valores que violenta todos os dias. Lançando mão do mesmo tipo de comportamento que diz combater. O maior problema é que o mundo é dirigido por malucos que podem destrui-lo num simples piscar de olhos. Email: [email protected] Fonte: Fotografia de Bush extraída do site 'http://www.123.cl/canales/noticias/img/bush.gif'
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