- 26 de novembro de 2024
Brasília - Na autobiografia lançada na última terça-feira (22), nos EUA, o ex-presidente norte-americano (1993-2001), Bill Clinton, faz rasgados elogios ao ex-presidente (1995-2003), FHC. Não poderia ser diferente. Clinton diz no livro que o sociólogo boca de fole era "um líder moderno que desejava um bom relacionamento com os EUA". Na chamada crise de confiança, atravessada pelo Brasil em 1998, Bill Clinton menciona a "ajuda" norte-americana de 5 bilhões de dólares, "dentro do empréstimo multilateral de 42 bilhões de dólares recebido pelo país naquele ano", afirmando que "não sabia se ia funcionar, mas tinha um bocado de confiança no presidente Fernando Henrique Cardoso". E não tinha como não confiar no sociólogo boca frouxa, que só andava de quatro na Casa Branca e nos domínios do premiê inglês, Tony Blair. Artigo magistral, escrito pelo professor César Benjamin e Rômulo Tavares Ribeiro, publicado no site "Outro Brasil" (www.outrobrasil.net), mostra que FHC é tudo isso que Clinton diz e mais alguma coisa. O ex-presidente das bochecas afolozadas entregou quase todo patrimônio nacional para as multinacionais da terra do Tio Sam e de outros países. Para se ter idéia dos crimes de lesa-pátria cometidos por FHC, basta ver o relato da "venda", entre aspas, da Eletropaulo, "a maior e mais rentável empresa latino-americana de distribuição de energia elétrica", cuja propriedade pertencia ao estado de São Paulo até abril de 1998. Uma aberração vergonhosa, que mereceria punição exemplar. A "privatização" da Eletropaulo aconteceu no dia 15 de abril de 1998. O preço mínimo foi de 2 bilhões de reais, equivalentes, na época, a um bilhão, 776 milhões de dólares. A empresa, diz o artigo, "era responsável pelo atendimento a 6 milhões e 400 mil consumidores em 79 municípios, localizados na Região Metropolitana de São Paulo, no Vale do Paraíba, na Baixada Santista, no Alto Tietê (Guarulhos, Suzano, Mogi das Cruzes, etc.) e no Oeste Paulista (eixo Sorocaba/Jundiaí). Foi entregue à norte-americana AES, sob que condições? O BNDES emprestou 50% do preço mínimo do leilão, arranjou metade do dinheiro, "cobrando encargos de 2,5% ao ano e com taxa de risco também de 2,5%". Negócio de pai para filho, ou de desonesto para salafrário, roubo visível e irresponsabilidade até hoje não apurada, pois o governo petista está colocando uma pedra em cima. FHC quase destruiu por inteiro o bem organizado setor elétrico brasileiro, produtor da energia mais limpa do planeta (água represada e usinas hidrelétricas) sistema perfeitamente interligado, do Rio Grande do Sul ao extremo Norte do país. O vaidoso e arrogante entreguista, um dos piores bandidos a se alojar na cadeira presidencial, quis fatiar e desmontar a base energética nacional. É bom que se ressalve a importância de medida tomada pelo então governador de Minas Gerais (1999-2003), Itamar Franco, que impediu a privatização de Furnas ao mobilizar tropas para a região e dizer a FHC que se a hidrelétrica fosse vendida o rio teria suas águas desviadas. A revista Veja, sintonizada com a entrega de nossas riquezas, publicou capa dizendo que o governador mineiro era um "Napoleão de hospício", com montagem em que Itamar aparecia vestido tal qual o ex-imperador francês. Resumindo: a AES não honrou compromissos, não pagou dívidas assumidas e o BNDES continuou colocando dinheiro público no negócio. Nem FHC nem seus parentes diretos, envolvidos na roubalheira, foram presos. E ainda se espera CPI que esclareça. Email: [email protected] Fonte: Foto extraída do site 'http://www.amerika-live.de/Brasilien/brazilien27.gif'