Lula tem que aprender com a as críticas de Kassab

Se os políticos brasileiros se atendassem às críticas que lhes são feitas, e as usassem para se posicionarem ou aderirem às colocações feitas sobre suas posturas e ações, muitos mandatos seriam mantidos. A crítica da semana, que deveria ser observada e bem analisada por Lula e todo seu governo, foi feita por quem, hoje, mais entende de política e alianças partidárias no país: Gilberto Kassab, presidente do PSD.

Num encontro com empresários, Kassab, que é secretário de governo em São Paulo, afirmou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não consegue comandar a política econômica que o país precisa porque é “fraco”. Segundo ele, Haddad não se impõe como quem tem a missão de cuidar das finanças da nação.

“Hoje, o que a gente vê é uma dificuldade do ministro Fernando Haddad de comandar. Não consegue se impor no governo. Ministro da Fazenda fraco é sempre um péssimo indicativo”, afirmou Kassab.

Kassab está certo. Historicamente, todos os momentos em que o país atravessou por dificuldades na economia, havia um ministro da Fazenda desgastado e sem poder para colocar em prática qualquer pacote econômico. O presidente do PSD não exagerou em nada, já que, nitidamente, Lula se recusa a adotar as propostas do seu ministro. E também não exagerou em por em dúvida se Lula, hoje, venceria a eleição.

Para quem acompanha a política em Brasília, a declaração forte de Gilberto Kassab pode ser o prenúncio, um réquiem anunciado de que Haddad pode seguir o mesmo caminho que o gaúcho Paulo Pimenta com a falha de comunicação do governo. No caso do ministro da Fazenda, por ser fraco e não saber se impor, mesmo.

Lula deveria entender que as críticas a Haddad se submeter de forma apática ao excesso de ruídos entre o que o presidente quer, e o que a Fazenda, o Banco Central e o mercado recomendam, tem o seu lado positivo, pois o erro crasso está exposto. Só não conserta as coisas se não quiser.