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Portugal ainda tem muito o que ensinar ao Brasil


Portugal disputa com a Espanha o posto de maior produtor e exportador de carne suína da União Européia. Lá, quando por algum problema a produção é reduzida, automaticamente, o montante de exportação é diminuído para que o mercado interno não seja desabastecido, gerando maior procura e influenciando para aumento da inflação.

Há todo entendimento por parte dos produtores e empresas exportadoras de carne que, o consumo interno produz lucro mantendo assim o equilíbrio das contas das empresas, não impondo a elas a busca de mais rendimentos com as exportações. Isso, também, é uma forma do empresariado retribuir ao país os incentivos que recebe.

Com o dólar nas nuvens no Brasil, que é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo e que recebe incentivos fiscais e financeiros através de programas do governo, o empresário exportador de carne se anima ainda mais porque passa a ter maior rendimento vendendo em dólar a carne produzida, e tornando-a mais cara para o mercado interno, para a população, com a alegação de compensar perdas por deixar de exportar parte da sua produção. É lucro em cima de lucro.

Aqui, se o governo tomar qualquer medida que force o exportador a diminuir o preço da carne de primeira que é exportada para o mercado internacional, aparece um monte de gente acusando o governo de “interferir na iniciativa privada” e “no livre comércio”, mesmo que esses lucros do setor, ocorram devido aos financiamentos volumosos e com juros bem bem abaixo dos de mercado, dados pelo governo.

A tal retribuição do empresariado brasileiro ao país que lhe dá tudo quanto é tipo de incentivo para ganhar rios de dinheiro, não existe. Resultado disso, apesar de sermos o segundo maior produtor de carne do mundo, come-se carne cara aqui, o que torna, realmente, muito longe, a promessa de que o brasileiro iria voltar a comer picanha.

Nitidamente, Portugal ainda tem muito o que ensinar ao Brasil.

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  • 28 de janeiro de 2025
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