- 28 de janeiro de 2025
A indicação de Fernanda Torres para o Oscar de Melhor Atriz, e de “Ainda estou aqui” para as categorias de Melhor Filme e melhor Filme Internacional da maior premiação do cinema mundial, refloresceu no brasileiro um sentimento de torcida visto sempre nos domingos em que Ayrton Senna disputava um Grande Prêmio na F1.
Esse sentimento foi percebido fortemente na sexta-feira passada quando as indicações ao Oscar foram anunciadas. Fernanda Torres representa não só a excelência de uma obra brasileira que retrata a realidade vergonhosa e desumana que o país viveu com o golpe militar de 1964.
Ela representa a qualidade do astista nacional, que emociona com seu trabalho, já reconhecido pelo prêmio de melhor atriz do Globo de Ouro. Fernanda representa todas as Eunices Paiva que a ditadura militar produziu, mães e esposas que perderam filhos e maridos assassinados.
“Ainda estou aqui” carrega junto esse peso de contar que a história que governos do Brasil esconderam por mais de 30 anos, e que muitos ainda negam. E como negam, são contrários a qualquer premiação à cultura brasileira porque “cultura é coisa de esquerista comunista petista”.
Não. A cultura é a história registrada de toda sociedade de toda civilização.
Na semana passada, em reunião aqui na sede do Grupo Norte, o diretor geral Diego Trajano apresentou um vídeo com compilação de algumas declarações de Ayrton Senna sobre tenacidade, foco e fé que o moviam. Aquele clima de torcida que o país vivia aos domingos, pairou sobre a reunião, com o inconsciente sentimento de orgulho e respeito por um brasileiro.
Sentimento parecido com que se respira, agora, na torcida por Fernanda Torres e por “Ainda estou aqui”.