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"Pesquisa não vence eleição, mas influencia muito", diz diretora do InnQuest


A desconfiança do eleitor roraimense com resultados de pesquisas eleitorais não é de hoje. Na opinião da jornalista Loredana Kotinsk, especialista em Marketing Político e pesquisadora da Universidade de Aveiro (Portugal), a sombra de dúvida sobre as pesquisas divulgadas durante as campanhas eleitorais ocorre desde o pleito de 1998, "quando ocorreram denúncias de manipulação de dados."

Loredana apresentará, amanhã, no Eco Hotel, o InnQuest Instituto de Pesquisa, que está colhendo dados de avaliação política em Roraima.

O Fontebrasil entrevistou Loredana para saber como pesquisas eleitorais atuam e influenciam o eleitorado, bem como a importância delas para candidatos e partidos saberem como podem conquistar os votos dos eleitores. 

Pesquisa eleitoral vence eleição?

Não. Pesquisa não vence eleição. Pesquisa norteia estratégia política, e também, facilita o caminho para que os eleitores e aliados de um candidato possam visualizar como está o quadro eleitoral, e se aquele candidato tem possibilidade de vencer ou não. Pesquisa não vence, mas contribui, e muito, para essas estratégias. Um exemplo disso é que as pesquisas influenciam no voto porque o eleitor indeciso é levado a votar em quem ele acha que vai vencer, de acordo com as pesquisas."

As pesquisas eleitorais em Roraima são vistas com desconfianças porque já foram divulgados levantamentos em que os resultados foram absurdamente inversos. Como você ver essa desconfiança e qual a receita para que o eleitor confie em dados apresentados?

A desconfiança com pesquisas em Roraima é de muito tempo. Isso vem lá de trás desde 1998 com denúncias de manipulação de pesquisas. Eu acho que é natural que os eleitores e demais pessoas tenham essa desconfiança pelos levantamentos que já foram feitos e o resultado completamente adverso. No entanto, quando você se propõe a fazer um trabalho sério e pautado, realmente, no que a população está respondendo diante de uma enquete ou de um questionário que está na rua, seja ela (pesquisa) por telefone ou in loco, eu entendo que vale a pena apostar nisso porque, no final das contas, as urnas vão mostrar, de fato, quais institutos trabalham de forma séria ou não. 

Com avanço e domínio das redes sociais que alteram a opinião pública quase que instantaneamente, qual será o grau de confiabilidade nos dados levantados?

O Inquest trabalha com margem de erro de 4% para mais ou para menos. São pesquisas calculadas com base na população. Agora, é óbvio que, quando se fala em pesquisa para eleição municipal, o universo é menor porque se tratam de capitais e cidades, e não do universo de estado. Isso, facilita muito na coleta de informações. No nosso caso, a pesquisa que estamos realizando nessa primeira rodada é toda quantitativa e feita por telefone com questionário apresentado pessoa a pessoa, sem uso de inteligência artificial e sem uso de WhatsApp. Vamos ouvir, de fato, as respostas das pessoas.

*Qual a proposta do InnQuest na cobertura das campanhas eleitorais?

O Inquest é um instituto novo mas composto por profissionais experientes em processo de levantamento de dados e análises dos mais variados quadros de opinião pública. Esse ano será o primeiro em que vamos atuar no processo eleitoral, que são as eleições municipais. Temos muito interesse em oferecer nossos serviços para partidos, para candidatos e possíveis candidatos. Estamos apresentando nossa proposta  de serviço, que é de fazer pesquisas que apontem a realidade de intenção de voto do eleitorado.


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