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COVARDIA E VIOLÊNCIA
ATÉ QUANDO?

Impunidade está por trás das mortes de Bruno, Dom, Maryele e das ameças de Telmário

Lisboa - O que se suspeitava já há mais de uma semana, se confirmou ontem. O indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips foram assassinados por exercerem seus trabalhos no Brasil.

Bruno era funcionário da Funai e combatia a pesca e o garimpo irregulares na reserva indígena do Javari, e Dom, estava escrevendo um livro ao mesmo tempo em que realizava reportagens sobre a questão dos povos indígenas para jornais americanos e europeus.

A morte dos dois amigos não mostra apenas a covardia de assassinos e mandantes de assassinatos contra pessoas que têm famílias, filhos e que apenas exerciam suas funções. Revela a confiança e certeza que criminosos têm na impunidade, na quase inoperância do judiciário brasileiro prendê-los.

Gente que mata ou manda matar por se sentir incomodada e por achar que nada lhe impedirá de ter aquilo que quer. E no Jornalismo, há muitos profissionais que têm suas mortes desejadas por políticos, empresários e chefes do crime organizado.

Tem gente como, Telmário Mota, senador campeão de boletins de ocorrências policiais por agressões físicas, ameaças, e ameça até de morte que se orgulha em dizer que "antes de ser senador é homem", como se ser homem é aquele que resolve suas questões na porrada ou metendo bala, como ele já me ameaçou.

Moro em Portugal por causa dessas ameaças de Telmário, que todos sabem ser um covarde. Todos sabem ser um homem que não enfrenta outro sozinho, porque sempre vai acompanhado de outros. E que se escorou a vida toda no irmão que assassinou pessoas e tentou matar outras. Irmão esse que considera Telmário um "senadorzinho de merda", como afirmou em vídeo.

A diferença de quem mandou matar Bruno Pereira e Dom Phillips, e de quem mandou assassinar Mariele Franco, não é muito diferente de quem deseja o mesmo para jornalistas que lhes incomodam. As mortes de Bruno, Dom e Mariele nasceram de um desejo, desejo que Telmário Mota, já manifestou. Desejo de psicopata e não de homem.

Que o Brasil comece a mudar fazendo o que o mundo inteiro e os brasileiros de bem esperam da justiça. Que a justiça impere nesses casos das mortes de Bruno, Dom, Mariele e outros que morreram devido a suas profissões. Por fazerem os seus trabalhos. Por incomodarem criminosos e gente despreparada, violenta e claro, covarde.


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