- 18 de junho de 2025
A SEGUNDA PONGA
JOBIS PODOSAN
A primeira ponga deu certo e o levou a governar São Paulo quatro vezes. Pode ser até que a primeira ponga não tenha sido intencional, mas os frutos colhidos foram muito saborosos. O ex-prefeito de Pinda, São Paulo, deputado federal do muito bem e do apoiado, Geraldinho, como Covas o chamava antes de ir para a cova, está dando um novo passo, agora maior. Covas deixou para Geraldinho o governo de São Paulo, tendo organizado Estado de tal maneira que até hoje o Partido ganhou todas as eleições deste século. Mas Geraldinho enjoou de governar São Paulo, cresceram-lhes os olhos da ambição, queria ir além, desejava ardentemente a Presidência da República, disputada e perdida uma vez. Com a ressurreição política de Lula, decretada pelo STF, Geraldinho viu a oportunidade, agora pensada, meditada e desejada de chegar ao Planalto surfando nas ondas de Lula e, quem sabe, novamente chegar ao topo por via travessa, agora intencional, contando os dias para o desencarne oportuno e, novamente, subir às alturas, repetindo o recebimento da herança do governo estadual.
Tem, no entanto, um porém. Serão o PT e o Lula, depois de governarem o país por quase dezesseis anos, tão toscos para acreditarem na conversão impatriótica de Geraldinho?
Ou será Geraldinho apenas o boi de piranha que aceitou ser sacrificado para evitar a eleição do Lula, minando-lhe a tão decantada esperteza?
Entregar-se em holocausto não é tarefa de pouca monta, exige espírito de sacrifício e força moral inquebrantável, ao dar-se para o bem de todos, como fez Tiradentes. Em primeiro lugar deve estar o país, que não deve voltar a sangrar pelo oportunismo dos petistas que desejam se aproveitar da "sabedoria" do líder maior (e único) da sigla e voltar a desgraçar o país, desta vez definitivamente, pois será a última oportunidade.
Toda essa armação só encontra amparo na tolice do voto obrigatório, pelo qual se supõe a sabedoria de eleitores famintos de tudo, todos eles ao alcance de sabidórios que exploram as diversas fomes do grosso da população. Eleição se faz por amostra e não pela totalidade dos eleitores, que podem ser manipulados como manadas. Presidentes eleitos por 40% dos eleitores têm igual legitimidade dos eleitos por 100% dos votos. O voto deve ser direito universal de quem o queira exercer, porém, nunca obrigar o eleitor a tirar título eleitoral ou comparecer à cabine de votação. A fome é má conselheira do discernimento, do espírito analítico. Tomara que o Geraldinho tenha imposto a si esse papel grandioso. Talvez recupere parte da sua grandeza perdida.