ORÁCULO

POSIÇÃO CRÍTICA

JOBIS PODOSAN

NOSSAS OPÇÕES

Somos os únicos seres vivos que têm posição crítica sobre as coisas do mundo. Escolhemos o que gostamos, o que detestamos, o que achamos suportável ou insuportável e, por força dessas escolhas, adotamos nossa posição diante do mundo. Há os que nascem em condições difíceis de sonhar, sob condições totalmente adversas e decidem quebrar o aparente destino insuperável e quebram a fatalidade de um destino que parecia não ter outra opção que o fracasso. Somos capazes de construir Itaipu e de estuprar um bebê de um ano. Podemos ser imensamente bons ou terrivelmente maus. Somos capazes de morrer para salvar outras vidas e, ao mesmo tempo, matar pelo prazer de matar. Nenhum animal pode nos exceder em fazer o bem ou nos superar na prática do mal. O fato de fazermos tudo isto por nossa própria decisão, de escolher entre o bem e o mal, nos revela que há algo além de nós, que há consequências durante a vida e para depois da nossa morte, que  Alguém decidiu nos dar essas opções para nos aperfeiçoarmos. Somos tão terríveis que, quando fazemos coisas boas, tomamos o mérito só para nós, mas quando praticamos o mal. olhamos para o lado para distrair a atenção da pessoa a quem prejudicamos.

INDESTRUTÍVEL 

A natureza é indestrutível. Se nós, humanos, os destruidores por excelência, continuarmos com as emissões de gases na natureza, ela não se destruirá, ela nos destruirá, se modificará e continuará a existir, como sempre. Quem está em perigo somos nós, a natureza não corre risco algum. Os rios que matamos, as árvores que derrubamos, os animais que exterminamos, os materiais que extraímos, os desequilíbrios que criamos, tudo isto a natureza recupera, ainda que modificados, ou a longo prazo. Quando formos exterminados ou modificados, o seremos não por imposição da natureza, que é inerte, mas por nós mesmos, pela nossa cobiça e imprudência. Mas tudo isto é parte do jogo, uma vez que não aprendemos com as destruições que causamos. O nosso lado organizador muitas vezes cede à nossa prodigalidade. Pomos tudo e todos em risco apenas para satisfazer os a nossa sanha de acumulação. Estamos chegando a tal descalabro que os ricos não sabem mais onde morar e estão buscando, em outros corpos celestes, o lugar do universo onde tudo que acumularam na terra não terá valor algum. Somos os mais inteligentes dos seres da Criação, porém, os mais estúpidos. Quando a estupidez prevalece, a natureza muda a terra e recomeçamos tudo, de novo, das trevas para a luz.

LIBERDADE DE EXPRESSÃO 

Cresce no Brasil correntes de pensamentos contrárias à liberdade de expressão. A constituição veda apenas o anonimato, porque é preciso deixar aberta a via para contra-atacar as inverdades que causem prejuízos. Fora daí tudo pode ser dito e publicado, respondendo o autor pelo conteúdo das suas manifestações. Diz a Constituição que é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato e livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença. Não há espaço para que, quem quer que seja, limite esses direitos. A liberdade de expressão não pode ser contida por opiniões em sentido contrário de ninguém. Tudo pode ser dito, verdades ou mentiras, operando-se o controle pelos mecanismos do direito de resposta e pelo Poder Judiciário para recompor os direitos dos prejudicados, no cível ou no crime. Porém, previamente, ninguém pode ser proibido de dizer o que quiser. Se alguma pessoa ou órgão pudesse controlar previamente essa liberdade ela já não existiria, resultando a Constituição em "mero pedaço de papel". No Brasil construiu-se a doutrina do silêncio em relação aos opositores. Quando a direita está no poder, não dialoga com quem é da esquerda e quando a esquerda está no poder não quer conversa com quem é de direita. Como pode ser assim? Não são faces da mesma moeda? Quando qualquer delas está no poder é a avalanche e a outra é a barreira de contenção, não existindo uma sem a outra. É desse equilíbrio que resulta a liberdade dos cidadãos. Sem esse equilíbrio, ergue-se a ditadura, na qual inexiste a razão e enxameia o arbítrio.