- 18 de junho de 2025
ESPERIENCIANDO
JOBIS PODOSAN
O ERRO DOS OUTROS
Um dos pontos mais explorados das nossas reflexões é a exibição dos erros alheios. O primeiro foco é a tentativa de, apontando os erros dos outros, tentarmos esconder os nossos. Numa segunda perspectiva, não tentamos esconder os nossos erros, mas tentamos, superestimando os erros dos outros, minimizar os nossos.
DOM E DÁDIVA
Ninguém escapa de cometer erros, salvo pela morte precoce. Quando Deus nos dá um dom, este dom não é uma dádiva, é uma oportunidade, você há de se esforçar e trabalhar para o desenvolvê-lo, sob pena de ele desaparecer com o tempo. O dom precisa da decisão certa dentro do livre arbítrio de cada um. Há pessoas desatentas com o dom de Deus, sequer o percebem, perdidos que estão em criticar o dom dos outros. No início da carreira, um crítico, o Ari Barroso, disse ao Nelson Gonçalves que ele não cantava nada. Outro disse que o garoto Pelé não tinha futuro como jogador de futebol! Ainda tem muita gente por aí preocupada com o dom dos outros!
LEGITIMIDADE
A quantidade de votos obtidos pelo candidato vencedor de uma eleição (Presidente, Governador ou Prefeito) empresta-lhe a legitimidade necessária para iniciar o exercício do mandato. Porém, ao longo do mandato, essa legitimidade pode se manter, aumentar, diminuir e, até, desaparecer totalmente. O povo é senhor da legitimidade de quem ele elege. Do governante se espera a autoridade, a boa atuação, a defesa do interesse público, o aumento do bem estar geral, cabendo ao povo receber essa emanação e convertê-la em apoio espontâneo, do qual resulta a liderança e a legitimidade do governante. Legitimidade não se cobra, não se alega, não se compra (alguns tentam, mas o tiro acaba saindo pela culatra). O governante legítimo não choraminga, não implora, não ameaça, não acusa o povo de ingrato, não se queixa da imprensa, da Justiça e nem de adversários.
DESPREZADO A DEUS
A pandemia da Covid 19 chegou até nós, todos já tivemos alguém próximo que partiu ou passou muito perto da partida. Muitas vezes durante a nossa vida claudicamos na fé. Deus nos parece mau e vingativo, porque não atendeu às nossas necessidades ou conveniências. A singularização da nossa situação nos leva a perguntar a razão de algo ruim que está nos acontecendo nas barbas de Deus. Então O odiamos, abrimos a boca para agredi-Lo, como uma tentativa de chamar Sua atenção para aliviar a nossa dor. Há, aí, um contrassenso evidente: quem ousa pedir ajuda ofendendo a quem nos pode ajudar? Mas Deus é bondade infinita e nunca prática o mal, com a sua inesgotável capacidade de compreender e perdoar aos Seus filhos, no cambalear da fé. Quando um parente querido nosso sucumbe à doença física não esqueça que somos dois: corpo e espírito. O corpo é pó e nos pertence, podemos fazer dele quase tudo, embora algumas leis humanas limitem alguns usos. Enquanto vivos a função primeira do corpo e servir de morada ao espírito que o anima. A parte de nós que pertence a Deus é o espírito, que é imortal e retorna ao pai tão logo o corpo morre. Deus jamais perde um dos seus filhos, ele os recolhe de retorno à pátria espiritual e o prepara para uma nova encarnação buscando a evolução e o aperfeiçoamento. O cuidado que devemos ter com o nosso corpo não é em função da sua essencialidade, mas responsabilidade de guardião, que cuida da casa na qual o hóspede ilustre se abriga.
O RESCALDO
Só se pode saber as causas de um incêndio depois de apagadas as chamas. De igual modo, o rescaldo de um governo somente se conhece depois que o poder se esvai. Enquanto o governo está ocorrendo, o que está acontecendo nas suas entranhas não fica evidente e perceptível, porque o poder - as chamas - esconde as mazelas. Daí a importância da rotatividade no Poder, para que o governo seguinte abra a Caixa de Pandora e deixe sair o que estava debaixo dos cobertores. Também é por isto que cada governo quer fazer seu sucessor, para que a Caixa de Pandora continue fechada e as mazelas não sejam descobertas. Enquanto o poder está acontecendo, indícios não servem para incriminar, falhas de subordinados não atingem os chefes, o acesso às informações estão sob controle, a miragem prevalece sobre a imagem. Outro fator que serve para ocultar as verdades do poder é a crença inabalável, que os seguidores fanáticos têm, de que certo governante é a imagem da perfeição, pois a defesa que faz do seu guia é tão intensa e veemente que abrir os olhos e enxergar passa a equivaler a confessar o próprio erro. Isto aconteceu com Jorge Amado em relação à Stálin, seu líder mitológico da então URSS. Ao saber que seu ídolo era o maior assassino do seu próprio povo, Jorge se transmudou de comunista em democrata. Assim também aconteceu com muita gente boa e inteligente do Brasil que acreditou e votou no Lula e, quando as escamas caíram dos olhos, atribuíram a cegueira...ao Lula, e não à si mesmos, que se deixaram enganar. O Lula é o mesmo de sempre, mas hoje em dia é mais palatável atribuir responsabilidade aos outros que a si mesmos. Agora, esses mesmos que ficaram cegos com Lula, estão novamente de viseira idolatrando outro incapaz, tomando como qualidade a obrigação de ser honesto, embora alguns incêndios já estejam vindo à tona! Porém, a situação de hoje é pior, porque, com Lula, o problema era apenas policial, coisa de bandidos, agora, porém, é o Estado que está em perigo, mas esses cegos só verão a realidade - que está, na verdade, escancarada - quando as instituições ruírem e seja necessário um novo recomeço, com o preço alto que isto significa. Quando as chamas apagarem, veremos o tamanho da nossa incapacidade de ver o que está bem diante dos nossos olhos. Os dois grandes países mais estáveis do mundo são a Inglaterra e os Estados Unidos. O primeiro nunca teve constituição escrita, a constituição é costumeira e eles nunca a vão modificar. O segundo, porque novo, sem passado próprio, escreveram a primeira constituição solene do mundo em 1787 e nunca falaram em fazer uma outra. Transformaram a constituição escrita em costumes constitucionais e jamais vão tratá-la como um pedaço de papel. Em via oposta, escrevemos nossas constituições em papel de embrulho, que com pouco de uso se torna inconveniente, porque não atende ao interesse do poderoso de momento. Então, ao invés do poderoso se dobrar à Constituição, ele manobra para editar uma nova Carta Magna que atenda os seus interesses imediatos. E nunca chegamos a lugar algum, como numa casa onde periodicamente se alteram as estruturas e cômodos que, com o tempo, não tem beleza, não tem história e não tem utilidade, sendo só um monstrengo destinado à demolição. Quando há muitas mudanças de constituição, o que temos na verdade, é ausência de constituição, porque a constituição boa é sempre a próxima e a sociedade se encaminha, trôpega, em direção ao nada.
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