- 18 de junho de 2025
Mais tempo?
Quanto mais tempo passa, mais esquisito fica essa investigação sobre o caso do sequestro e tortura do apresentador Romano dos Anjos. O que se pensava já estar concluído, ficou-se sabendo anteontem que a Força-Tarefa da Polícia Civil pediu mais 90 dias para encerrar o inquérito em que oito pessoas estão presas, e o ex-presidente da Assembleia Legislativa, Jalser Renier é acusado de ser o mandante do crime.
Mas, então, como pode, sem se concluir o inquérito, a Polícia e o Ministério Público que, até onde se sabe, têm como principal prova um suposto depoimento de um acusado que disse que um superior seu disse que outro superior disse, que Jalser disse..., e apenas com isso terem elucidado o caso?
Continuam no ar questões como: por que só agora, 11 meses depois do fato, em conjunto, como se combinado, Sampaio das Diárias lembrou que foi soldado e que poderia ter dado voz de prisão a Jalser quando ele "ameaçou" de morte o governador, e o governador, também, se lembrou disso, e o secretário de Segurança deu um estalo na memória e também lembrou junto com o delegado geral sobre suposta ameaça de Jalser, e todos eles, autoridades e homens da lei, não deram voz de prisão e nem denunciaram Jalser em novembro do ano passado?
Há questão, também, sobre o "animus" que teria motivado Jalser a mandar sequestrar e torturar um jornalista que não lhe ofendia e nem lhe criticava de forma exagerada e apelativa a ponto de criar tamanha animosidade?
E agora, a PC e o MPE querem mais tempo para concluir quando oito pessoas já estão presas há um mês, e um deputado é apontado com toda convicção do mundo de ser o mandante do atentado, causa estranheza, como que se algo não estivesse batendo de acordo como a PC e o MPE entendem. Como que se a PC e o MPE estivessem atrás de algo que suporte, que sustente as acusações que fazem.
E, em sendo isso, esse desfecho antecipado do Caso Romano pode ser um engodo. Um erro. Uma injustiça.
Por isso que digo, essa coisa de pedir prorrogação para se concluir um caso em que nove pessoas foram presas acusadas de sequestro e tortura é muito esquisito. Passa ainda mais ar de fragilidade do inquérito. Inquérito que não fez perguntas que a sociedade está fazendo, e cobrando respostas.