PANCADARIA E HUMILHAÇÃO

Cobrança de dívida ou de propina gera briga entre empresário e deputado

Não vou entrar no mérito da baixaria dos áudios do empresário Walker Thomé que circularam ontem em tudo quanto é grupo de WhatsApp. Mas, sim, no vídeo que ele postou em frente à casa do deputado de primeiro mandato Renato Silva, que, se muito, tinha renda familiar em torno de R$ 5 mil antes de assumir o cargo, e hoje, menos de três anos de mandato, mora numa casa avaliada em R$ 4 milhões. E segundo falam, a casa é dele.

Walker Thomé expôs para todo mundo ver o milagre da multiplicação da renda de um deputado de primeiro mandato que, somando todos os seus vencimentos - por volta de R$ 23 mil - nesses fabulosos meses em que é deputado estadual, não daria para comprar nem um terço da casa que mora.

Ou seja, há muito caroço escondido debaixo desse angú, que não é só Renato Silva que está nele. A maioria dos deputados e praticamente todos os novatos, ostentam padrão de vida muito acima dos R$ 23 mil que ganham. Andam de Hilux, moram em casas suntuosas, têm fazendas, sítios e terrenos que demonstram padrões de vida bem acima do que ganham.

Jeferson Alves, por exemplo, "comprou" dois terrenos do colega Renanzinho Bekel, ambos também de primeiro mandato, em área nobre da cidade por R$ 350 mil. Mas como não efetuou o pagamento por completo, o negócio foi desfeito. Jeferson todos os anos promove eventos de "compra de votos" disfarçados de uma tal "prestação de contas" em que ele sorteia brindes, até carro, fazendo propaganda de si com presentes para o eleitor.

E Renanzinho, que sabe-se lá com que dinheiro - mas o Ministério Público desconfia que é do esquema de empresa em que ele seria o dono com contrato com o governo de dona Suely Campos, em sociedade obscura com o filho Guilherme Campos - era dono desses dois terrenos avaliados em R$ 350 mil. Atualmente, Renanzinho é muito ligado à empresa que fornece alimentação ao sistema prisional do estado. Igual igual à sua suposta sociedade com Guilherme Campos quando deu um plus na sua vida financeira.

Voltando para Renato Silva, o quiprocó com Walker Thomé se deu, segundo informações de amigos de ambos, depois que Walker cobrou uma dívida alta contraída por Renato em março de 2019, ali na época em que a Assembleia Legislativa votou a indicação do conselheiro do Tribunal de Contas. Walker era candidato e fez lobby junto a alguns deputados como Coronel Chagas, Jeferson Alves, Renanzinho, Chico Mozart e Renato Silva.

Ontem à noite, em vídeo de "esclarecimento", com cara de marido manso, Renato Silva expôs a mulher, e disse que Walker tinha a promessa de ser conselheiro do TCE "e que todo munda sabe disso". Mas promessa de quem, compromisso de quem, teu, Renato?

Em grupos de WhtasApp, Renato Silva é apontado como um dos que firmaram a promessa de votar em Walker para conselheiro do TCE. Se recebeu dinheiro para isso, para andar de Hilux, morar numa casa de R$ 4 milhões, dá pití com pistola na mão em clinica veterinária, e não devolveu o dinheiro, já que Walker não foi indicado, o comportamento do próprio Renato Silva vai revelar, porque o de marido manso que tem a mulher exposta daquele jeito como ela foi, ele já revelou.