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PRISÃO DE JALSER

Perguntas sem respostas no caso.


Prisão de Jalser favorece Denarium na disputa pela ALE 

Infelizmente, esse desfecho do sequestro e tortura do jornalista Romano dos Anjos que está sendo apresentado, com questionamentos sem respostas e claro clima de pressão política em que a presidência da Assembleia Legislativa está em jogo, não é propriamente o recado que se esperava dar a políticos que ameaçam jornalistas e que agridem pessoas sem sofrerem qualquer punição, como Telmário Mota, por exemplo, que praticamente comemorou o que Romano sofreu.

Enquanto Jalser Renier era presidente da ALE e aliado de Antônio Denarium,  ele mais Sampaio das Diárias, então chefe da Casa Civil, e todo o governo tratava o assunto Romano dos Anjos com todo o cuidado. Cuidado a ponto de que, supostamente, segundo informa agora Sampaio, ter presenciado uma ameaça de morte ao governador e não ter tomado nenhuma providência como dar voz de prisão a quem ameaçou o seu chefe, e nem ter denunciado isso, à época, ao Ministério Público.

Sampaio mente. E digo isso com conhecimento de causa. Sampaio está sob risco de perder no Supremo Tribunal Federal a bocada da presidência da ALE, a qual ele acusava de ser um ninho de roubalheira mas que há nove meses lá, não apresentou o desvio de uma caneta sequer. Então, pra variar, Sampaio mentiu, ou se tornou o chefe da quadrilha que ele denunciava a pleno pulmões em 2019 que Jalser chefiava.

MORTES E CONDECORAÇÃO - Jalser Renier não é mais aliado de Antônio Denarium, governador mais incompetente que Roraima já teve e que tem nas suas costas dezenas - se não, centenas - de mortes por negligência administrativa no HGR pela falta de medicamentos, de UTIs, de cirurgias, além do atraso em quase quatro meses para entregar o Hospital de Campanha, mas que foi condecorado como "governante exemplar" pela procuradora chefe do MPE, Janaína Carneiro, que teve o marido nomeado por Denarium para diretoria da Codesaima na época em que foi homenageado pelo MPE.

A LA MÁRIO FOFOCA - As razões da prisão de Jalser são um festival de "disse-me-disse" e deduções um quanto, até aqui, meio a la Mário Fofoca, aquele detetive estrambólico personagem de novela da TV Globo. Há o depoimento de um policial militar que diz que foi procurado pelo subtenente Clóvis Romero, que era lotado no gabinete de Jalser, "para propor que participasse do crime", e que lhe teria dito que tinha uma “missão tenebrosa” determinada por Jalser.

O tal testemunha teria questionado qual era a “missão” e ouviu como resposta que “é uma missão tenebrosa, capaz de perder a farda” que era a de "passar um recado para um jornalista". E eu pergunto: que tipo de policial é esse que recebe uma proposta capaz dele perder a farda, ou seja, ser expulso da corporação, e mesmo assim topa fazê-la?

Eu faço outra pergunta: as pessoas que citaram Jalser, têm como provar o que só agora falaram, como é o caso de Sampaio das Diárias, que não deu voz de prisão quando deveria; como Denarium que nunca revelou que foi ameaçado de morte; como Edson Prola que se manteve caladinho mesmo sendo secretário de Segurança; e a tal testemunha, tem como provar o que disse?

Estamos em plena guerra política em que a presidência da ALE está em jogo. Denarium e Sampaio sabem que Jalser retornando à presidência não irá apoiar o projeto dos dois de reeleição do governador. A prisão de Jalser é um desgaste enorme pra ele, e pode influenciar no resultado do julgamento no STF que Sampaio e Denarium, temem.

SEM RECADO - Por isso, infelizmente, esse desfecho do sequestro e tortura do jornalista Romano dos Anjos que está sendo apresentado com questionamentos sem respostas e claro clima de pressão política em que a presidência da Assembleia Legislativa está em jogo, não é propriamente o recado que se esperava dar a políticos que ameaçam jornalistas e que agridem pessoas sem sofrerem qualquer punição, como Telmário Mota, por exemplo, que só faltou comemorar o que Romano sofreu.

Infelizmente, porque, devido a perguntas ainda não respondidas, isso tudo pode - repito, pode - só está acontecendo por causa da presidência da ALE, por questão política, e não por justiça a quem foi torturado.


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