- 18 de junho de 2025
A GERAÇÃO REDENTORA
JOBIS PODOASAN
Há uma geração que bota a seguinte a perder e há a geração seguinte à perdida que a conserta. O texto abaixo, atribuído a Augusto Curi, nos fala da geração perdida. Confira-se:
A TRISTE GERAÇÃO QUE SE ESTRESSA E SE FRUSTRA POR TUDO.
“Andam de carro, uber, táxi… Não lavam suas cuecas, nem suas calcinhas. Não buscam conhecimento. Nem espiritualidade. Não se encantam com decorações natalinas, nem com um ipê florido no meio da avenida. Reivindicam direitos de expressão e não oferecem nada em troca. Nenhuma atitude. Consideram-se vítima dos pais. Julgam. Juízes duros! Impiedosos! Condenam. Choram pelo cachorro maltratado e desejam que o homem seja esquartejado. Compaixão duvidosa. Amorosidade mínima. “Preciso disso! Tem que ser aquilo!” E haja insatisfação! Infelicidade. Descontentamento. Adoecimento. Depressão. Suicídio… Geração estragada. Inconformada. Presa em suas desculpas. Acomodada em suas gaiolas de ouro. Postam sorrisos, praias paradisíacas, mas não se banham no mar curador. Limpam o lixo na praia com os amigos e não arrumam a própria cama. Em casa, estampam tristeza, sofrimento, dor… a dor de ter que crescer sem fazer por onde… merecer.”
Pode-se dizer que o texto é bom, pena que é real. Porém, é um passo adiante na busca do aperfeiçoamento coletivo. A geração anterior que deu a essa geração tudo que ela própria não teve, facilitou tudo, deu tudo, suprimiu dificuldades, criou todas as facilidades possíveis, abriu mão do respeito próprio, tentou ser amigos dos filhos, igualou-se a eles, achando bonitinhas as irreverências, indelicadezas e grosserias, enfim, despreparou-os para a vida. Não os educou para enfrentar dificuldades, mas para desfrutar facilidades sem esforço.
Mas a vida fará os equilíbrios necessários para colocá-los na reta novamente. Esses nobres vão perceber, na medida que os pais saírem de cena, que é preciso tomar conta do mundo. Ele não funciona sem o esforço humano direcionado para o bem. Deixada a condução por conta da natureza, está cobra a conta. Sem o nosso livre arbítrio a evolução humana paralisa e voltarão a peste, a fome e a guerra.
A geração anterior à protegida acima, os formou para serem inúteis individual e coletivamente, perdidos, um resto sem soma, uma construção inacabada, em ruínas. Não criarão nada de útil, de proveitoso. Mas quando esta geração tiver filhos, vão criá-los tão relapsos, que terminarão por ser consertados tardiamente. A sensação de culpa os atormentará. Porém, pode se dar o contrário, os jovens punirão os velhos pela grave falha na formação dos filhos.
A geração que prejudicou os jovens tornando-os pouco afeitos às responsabilidades da vida, embora poucos digam isto às escâncaras, já admite, a boca pequena, que não conduziram bem a formação dos filhos que, chegados à adolescência, recusam-se a tornarem-se adultos, porque isto implica em tomar conta das próprias vidas. Alguns chegam a casar, ter filhos e, lá na frente, voltam à casa dos país, de mala e cuia, e dão a notícia, com a maior naturalidade, como exercendo um direito absoluto: me separei, o casamento não deu certo, voltei para casa.
Isto é fruto da criação defeituosa, baseada somente em direitos e afastadas as obrigações. Foram ao criados sob o lema: dou tudo aos meus filhos, aconteça o que acontecer.
Assim fez certo filho, na casa dos pais sexagenários. A mãe imediatamente o recebeu, afinal, segundo a doutrina dela, filho é para sempre. O pai, calado, observava os dois. Ao final, após o jantar, o pai disse ao filho: você tem até amanhã de manhã para voltar para sua casa ou para onde você quiser, aqui em casa você é visita. A mãe, assombrada, não conseguia dizer uma palavra! O filho, zangado, vociferou: você não tem o direito de fazer isto, aqui também é minha casa. Você está enganado, aqui é a casa do seu pai e da sua mãe. Você já constituiu sua própria família, com esposa e filhos e tem a sua casa. Se você resolveu separar, isto é com você, mas eu e sua mãe não devemos e não podemos carregar o peso dessa responsabilidade. A carga é de vocês, portanto, carregue-a como lhe aprouver. A esta altura a mãe chorava silenciosamente, mal acreditando no que via e ouvia: como seu marido conseguia fazer uma coisa daquelas! Mãe e filho abraçaram-se e solidarizaram-se. Imperturbável, o marido disse com voz suave e decidida: amanhã até as dez horas um de nós dois não estará aqui. Ou você sai ou saio eu. Você morava conosco quando era um pintinho, agora, porém, já é um galo, com hábitos, esporão e crista, mas aqui nesta casa já tem um galo e, como você sabe, dois galos não cantam no mesmo terreiro.
Advirto a você e a sua mãe, que está querendo que você fique, que se eu sair, não volto e você vai ter de cuidar da sua mãe enquanto ela viver, já que ela lhe escolheu. Disse isso tudo e se recolheu. Pela manhã, quando o casal saiu do quarto, o filho não estava mais em casa, voltou para a casa dele é se reconciliou com a mulher. Essa história me foi contada, não pelo pai, mas pelo filho, que compreendeu a atitude do pai. Afinal, os pais tinham quatro filhos e seis netos, se aceitasse o mais velho de volta, como poderia recusar os outros? Ele relembrou da lição que o pai ensinava: meus filhos, quando Jesus carregou a sua cruz por toda via sacra, nos deu exemplo de que nós também devemos carregar as nossas.
Muitos filhos ficam em casa dos pais, trocando de companheiros e fazendo filhos e mais filhos, consumindo a aposentadoria dos pais, impedindo-os de colher o fruto do seu trabalho, atormentando o corpo e a alma dos velhos, que cumprem prisão perpétua por terem tido filhos e os amado muito. Porém, como dito lá em cima, os filhos da geração perdida a consertará. As flores voltarão a ornamentar os jardins e espalhar seu perfume dando sentido positivo à vida.