- 18 de junho de 2025
Eleição de Romero Jucá está no radar do Planalto
A CPI da Covid tem mostrado a Jair Bolsonaro a falta que faz ao seu governo uma melhor interlocução com os senadores. Está nítido que a maioria que dispõe no Senado é pontual e não uniforme, ou seja, a cada votação o Planalto tem que negociar, e não como as tradicionais maiorias em que havia uma base com um líder que articulava as ações do governo com os colegas, votavam.
Além de não contar com um bloco unido que lhe garanta aprovações de suas matérias, o governo sofreu ontem um baque na sua estrutura no Senado. O mediano líder do governo, Fernando Bezerra, foi indiciado pela Polícia Federal por crime de corrupção, com pedido de bloqueio de R$ 20 milhões.
Após conclusão de inquérito, a Polícia Federal afirmou em documento ao Supremo Tribunal Federal (STF) que há indícios de que o líder de Jair Bolsonaro no Senado teria recebido propina de R$ 10 milhões de empreiteiras na época em que era ministro da Integração Nacional no governo Dilma Rousseff.
Com o indiciamento de Fernando Bezerra, o governo passou a analisar com mais profundidade sobre uma melhor comunicação e articulação do com o Senado, já que na Câmara dos Deputado, Arthur Lira está dando conta do recado blindando o governo.
EXPERTISE - E dentro dessa análise, o Planalto tem observado não só a reeleição de Bolsonaro, mas a eleição de políticos que possam somar de maneira mais efetiva com o eventual segundo mandato dele. Daí, a aproximação que vem ocorrendo entre o presidente e políticos do MDB. Nenhum partido tem a expetise que os caciques emedebistas, como, por exemplo, Romero Jucá, líder de quatro governos, tem.
Pode alguém falar que também pesam contra Jucá acusações de corrupção. Porém, nenhuma foi provada. O ex-senador não foi preso um mês depois de ficar sem mandato como Chico Rodrigues, Mecias de Jesus e Telmário Mota falaram na campanha eleitoral de 2018. E já foi inocentado em nove das 11 acusações que sofria.