- 18 de junho de 2025
Pra onde foi tanto dinheiro que Bolsonaro liberou para Roraima?
Jair Bolsonaro pode não ter feito nada do que Chico Rodrigues, Mecias de Jesus e Telmário Mota afirmam que ele prometeu fazer em Roraima, como abastecer o estado com Linhão de Guri há um ano, reenquadrar mais de 10 mil ex-servidores do ex-Território Federal, e transferir definitivamente as terras da União. Mas Bolsonaro liberou quase R$ 1 bilhão para o estado combater a Covid 19.
O que Antônio Denarium junto com seus senadores citados em inquéritos que apuram desvio de dinheiro público no combate à Covid 19 em investigações da Polícia Federal, fizeram com tanto dinheiro, para que Roraima seja campeão em contágio pelo coronavírus, com mais de 20% da população infectada enquanto no país menos de 7% da população foi afetada, a gente desconfia.
E desconfia porque foi muito dinheiro liberado para muitas mortes, para muita incompetência em administrar a situação, para a não aquisição suficiente de materiais, medicamentos e insumos, para o atraso na construção do Hospital de Campanha que levou mais de três meses para ser entregue, e muita negligência administrativa quando pacientes morreram por falta de remédios e agravados com situações de dentro do HGR, como o banho de chuva que um doente de covid tomou dentro da UTI do hospital.
Proporcionalmente, Roraima foi o estado que mais recebeu dinheiro do governo federal para o combate à Covid, e no entanto, quase duas mil pessoas morreram. Boa parte por negligência administrativa do governo.
Mas acredita-se que mais de duas mil já morreram pela doença e não foram registradas pela Secretaria de Saúde como sendo por Covid. A desconfiança se dá pelos dados nas redes sociais que registram falecimentos de pessoas, e na computação diária de mortes pela doença, o número é bem menor.
AÇÕES ELEITOREIRAS - Outra desconfiança é a de que recursos para o combate à Covid estão sendo destinados para ações sociais com objetivo político-eleitoral na aquisição de cestas básicas para Denarium, junto com seus apoiadores, fazerem campanha eleitoral antecipada distribuindo-as no interior do estado.
Os custos disso, a origem desse dinheiro para aquisição das cestas básicas, e de quais empresas elas foram compradas, não é informado pelo governo do estado. O que se sabe é que, senadores e outros apoiadores de Denarium são apontados em operações da Polícia Federal como larápios que abocanharam esse dinheiro indicando empresas em troca de apoio político-eleitoral à reeleição do governador.
O presidente prometeu, também, acabar com a corrupção no estado. Ao que parece, é mais uma promessa que ele fez para Roraima e não a cumpriu. Fica, no entanto, a pergunta: Pra onde foi tanto dinheiro que Bolsonaro liberou para Roraima?