- 18 de junho de 2025
Investigação da PF levanta suspeitas sobre Telmário no desvio de dinheiro contra a Covid 19
Totalmente baseada no relatório da Polícia Federal sobre investigação que apura desvio de dinheiro público destinado ao combate à Covid 19, o programa Mete Bronca mostrou ontem os índicios de envolvimento do estudioso de Nibirú, Telmário Mota, no esquema que teria surrupiado R$ 20 milhões no ano passado.
Ele, no seu melhor estilo escandaloso, saiu esperneando nas redes sociais e falando mais do que devia. Em áudio enviado a grupos de WhatsApp, Telmário Mota afirma que nunca tinha visto o secretário Francisco Monteiro, aquele que pagou antecipadamente R$ 6,4 milhões por 30 respirados superfaturados, e que só o conheceu naquela solenidade de despedida dele no palácio Hélio Campos.
ESQUISITO - Mas é, no mínimo, esquisito que Telmário não conheça uma pessoa, e que essa pessoa está deixando o governo porque cometeu um crime - pagar antecipado qualquer contrato no setor público é crime - comprando respiradores superfaturados, e mesmo assim, diante disso, o senador que se diz paladino da ética e da moral, foi quem pediu uma salva de palmas a Francisco Monteiro.
"Você (Francisco Monteiro) foi penalizado tentando salvar vidas (comprando e pagando antecipadamente R$ 6,4 milhões por apenas 30 respiradores superfaturados). Eu peço, as pessoas de bem que lhe dê uma saç
lva de palmas. Muito obrigado", pediu Telmário Mota na despedida de Monteiro.
MENTE - No entanto, a PF apurou que Telmário mente quando diz que só conheceu Francisco Monteiro na sua despedida no fim de abril de 2020. Segundo a investigação, no dia 1º de abril de 2020, no gabinete de Francisco Monteiro, Telmário, mais o ex-vereador Romulo Amorim, e o servidor da Secretaria de Saúde, Francisvaldo Paixão, que fez delação premiada, se reuniram.
A reuião serviu, segundo a PF, para definir que Romulo seria operador de Telmário tratando da destinação de emendas parlamentares dele, em torno de R$ 8 milhões, e que esse montante tinha como destino certo a Dental Alencar, do empresário Dário Alencar.
A reportagem detalha que além da Polícia Federal apurar Romulo Amorim atuava como operador de Telmário, descobriu que uma assessora do senador, de nome Jane Pereira, agendava encontros entre Telmário, o seu suposto operador e mais Francisvaldo. Isso foi descoberto depois que a PF fez uma perícia no celular de Francisvaldo.
OPERADOR DE TELMÁRIO - Nas mensagens resgatadas pela PF no aparelho do delator, constam mensagens trocadas entre ele e Romulo, em que o ex-vereador fala em nome de Telmário e trata sobre o pagamento de contratos referentes a emendas do senador destinadas ao empresa Dental Alencar.
Outras mensagens tratando de outras emendas de Telmário foram trocadas entre Romulo Amorim e Francisvaldo Paixão, em que a conversa é sobre destinação dos recursos dessas emendas de Telmário para a empresa de Dário Alencar.
Ontem, nas redes sociais e grupos de WhatsApp, Telmário saiu como de costume fazendo escândalo, ameaçando processar pessoas e para variar, falando mais do que devia. Ele jura inocência, porém, ele mesmo, em áudio espalhado em grupos de Whats no mês passado, disse que "quando a Polícia Federal acusa alguém é porque tem alguma coisa (crime)", se referindo à acusação que foi feita em 2017 contra Romero Jucá.
AFÁVEL - Ou seja, quando a mesma Polícia Federal acusa ele, Telmário, de coisas estranhas como se reunir com secretário de Saúde acompanhado de um vereador e mais o servidor que trata sobre pagamento de contratos da pasta, ele sobe nas tamancas gritando que é mentira, que "é coisa do Jucá"
Mas voltando ao esquisitíssimo pedido de salva de palmas e elogios de que "você foi penalizado por salvar vidas", feito por Telmário Mota a Francisco Monteiro, pode ser que apareça alguém que não ache nenhuma esquisitice nisso, e sim, que nada mais é do que Telmário ser afável com quem pode acabar falando dele, mais do que devia.