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ORÁCULO

A verdade enche as nossas vidas de alegria, mas a mentira a esvazia.


LIÇÕES DA VIDA II

JOBIS PODOSAN

 

É Ele quem nos autoriza a vir, nos permite ficar e nos leva quando chega o tempo de partir.

 

LONGE DE NÓS

Deus deu somente aos humanos o livre arbítrio e nós o usamos para tirá-lo das nossas vidas, sempre que as coisas vão bem. A criatura defenestra o criador quando a felicidade habita sua casa. O problema é que Ele nos fez finitos e Ele é eterno. Quer dizer: ele tem tempo de sobra para nos esperar nas curvas da vida. A tristeza que nos abate nos momentos difíceis devem nos fazer pensar que os problemas na vida acontecem acumuladamente e não sucessivamente. Vêm todos de cambulhada e nos parecem sem solução. A paciência de Deus nos ajuda a ordená-los para melhor resolver os que tem solução, porque os que não tem, sequer problemas são, são apenas fatos inevitáveis da vida, que exigem mais conformação que revolta. Agora estamos vivendo um tempo de súplicas, às vezes desespero, outras a sensação de injustiça do criador por ter permitido que o mal nos assombre a existência. Todavia, a fé Nele nos segura e consola, mesmo que a perda se materialize. Então, O trazemos para perto de nós e a dor suaviza. 

A RESIDÊNCIA DA CONTRADIÇÃO

A verdade enche as nossas vidas de alegria, mas a mentira a esvazia. Às vezes sustentamos, divulgamos ou repassamos uma mentira, total ou parcial, para defender uma tese que nos agrada. Porém, aí reside a contradição: se a tese se escora na mentira, ela não pode logicamente ser verdadeira. Ao se espalhar a verdade com base em mentiras, esta triunfará, porque a dúvida se fará geral e ninguém merecerá crédito. Cuide da sua crença e a siga, não transforme a descrença num modo de vida, pois ela não gera nada, apenas torna a vida sem sentido. 

AS TRES PENEIRAS

Antes de dar uma notícia devemos passá-la pelas conhecidas três peneiras atribuídas ao gênio de Sócrates. A primeira peneira é a VERDADE. O que você quer  contar dos outros é um fato? Caso tenha ouvido falar, a coisa deve morrer aqui mesmo. Suponhamos que seja verdade. Deve, então, passar pela segunda peneira: a BONDADE. O que você vai contar é uma coisa boa? Ajuda a construir ou destruir o caminho, a reputação do próximo? Se o que você quer contar é verdade e é coisa boa, deverá passar ainda pela terceira peneira: a NECESSIDADE. Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a alguém ou a todos? Meu conselho é: conte a verdade somente sobre você mesmo. 

COAUTORES

A leitura que dá prazer, difere da que nos traz utilidades. Esta é leitura profissional, leitura para sobreviver. A leitura prazerosa é aquela que nos transporta ao mundo do autor e nos prende a atenção, tornando-nos, no momento da leitura, em coautores da obra. Como esta: estava na solidão da minha biblioteca lendo Guerra e Paz, do Leon Tolstoi, um dos grandes escritores de todos os tempos, quando meu filho de 8 anos entrou as carreiras, parou ofegante e me abordou:

- o que o senhor está lendo?

- Guerra e Paz, de um escritor russo chamado Tolstoi.

- trata de quê?

- das guerras napoleônicas.

- nunca vou ler um livro de tantas páginas!

- É que você ainda não sabe ler. Mas me diga, você consegue beber um copo grande de água de uma só vez?

- não, bebo aos goles.

- assim também são os livros grandes, lemos aos "goles", planejamos a leitura diária e vamos lendo, até ler o livro todo. Guerra e Paz, em letras tamanho 10, tem cerca de 1200 páginas, não dá para ler todo de uma só vez, mas se lermos 30 páginas todos dias, logo chegaremos ao final. Considere ainda que, na medida em que lemos, vamos entrando no espírito da obra e nos interessando pelo conteúdo e a tarefa deixa de ser espinhosa e passa a ser agradável. É assim também com o autor da obra, ele não sentou e a escreveu de uma vez. Ele decidiu escrever sobre o tema, pesquisou sobre ele, leu muitos livros a respeito, fez um projeto e começou a escrever. Perdeu muitas horas de sono, roubou muitas horas de convívio com a família e os amigos, brigou para publicar a obra, enfim, teve um trabalho medonho para me entregar a obra pronta e acabada. Eu só vou ter o trabalho de ler. Mal comparando, quando sentamos na mesa para o almoço, a comida não aparece num passe de mágica. Alguém trabalhou para produzir os alimentos, alguém o levou ao mercado, alguém aqui em casa trabalhou para ganhar o dinheiro para comprá-los no mercado, alguém foi comprá-los e os trouxe para casa, alguém arrumou as compras em casa, alguém decidiu o que fazer de almoço naquele dia, alguém cozinhou a comida, alguém colocou a comida na mesa, alguém serviu o seu prato etc. Algum dia você decidiu não comer porque dá muito trabalho?

- claro que não, quando vamos à mesa estamos com fome!

- eu igualmente, quando estou lendo, estou também com fome de saber e conhecer e só tenho o trabalho de ler. Alguém trabalhou muito para matar essa minha fome. Queira Deus você a tenha, porque diante de você se abrirão prazeres nunca imaginados!

O COMEÇO DA VIDA

A vida material só começa do ponto zero uma vez, todo o resto é consequência dos atos antecedentes praticados. Toda segunda oportunidade sofre as consequências da primeira chance. A sua vida está no seu controle como se você estivesse segurando uma bola de boliche e a atirasse para derrubar as garrafas. Você não fica a vida inteira tendo chances de derrubá-las. Há um tempo para isto. Quanto mais cedo você aprender a fazer o arremesso definitivo, mais cedo você vence na vida. Não se engane com a mentira difundida por fracassados dizendo que "você é jovem e tem a vida inteira pela frente".  Quanto mais cedo você derrubar as garrafas mais perto da vitória você estará. Após os 40 anos você ainda é jovem. Mais para quê? Para ser papa, por exemplo! As portas da vida se abrem aos seis ou sete anos.  Abrem-se todas. Mas também começam a se fechar. Quanto mais cedo você descobre a porta que quer abrir, mais cedo chega ao objetivo estabelecido. 

ESCOLHA NAS BIFURCAÇÕES

A vida é uma sucessão de bifurcações. Embora às vezes pareça que há vários caminhos na nossa frente, na verdade é preciso reduzir as opções escolher uma dentre elas. Quem tem muitas opções nunca aprende a escolher, há sempre um elevado grau de indecisão que gera perplexidade e termina por adiar a escolha e, na vida, o adiamento de decisões fundamentais geralmente leva ao fracasso. As decisões fundamentais são tomadas nos primeiros anos de vida. Para muitas pessoas bem sucedidas essas decisões são tomadas antes dos dez anos de idade. Quem sabe o que vai querer ser antes dos dez anos, chega lá. Porque direciona a vida na rota escolhida. A cada escolha, a via não escolhida se perde e a escolhida gera nova bifurcação e assim, de bifurcação em bifurcação, errando e acertando, vamos dando conteúdo e sentido às nossas vidas. Até a bifurcação final: vou ou fico? Mas aí a escolha não é mais sua, mas de Quem fez a primeira escolha na bifurcação inicial.

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