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BAJULAÇÃO SOLTA

Senador sentava ripa no presidente, hoje, o bajula.


Telmário e Bolsonaro pensam que o povo não tem inteligência e nem memória

A forma de fazer política no Brasil é a forma mais sem vergonha de achar que as pessoas não tem inteligência e nem memória. Semana passada Jair Bolsonaro rasgou elogios ao general Eduardo Pazzuelo como um "ministro da Saúde exemplar", e "perfeito na condução da pasta". Mas se Pazzuelo era e é tudo isso de bom para Bolsonaro, por que ele o demitiu?

E se Pazzuelo fez uma "gestão exemplar" sendo "perfeito na condução da pasta", para quê ele precisou ir ao Supremo Tribunal Federal e pedir proteção para se calar na CPI da Pandemia, e perder a oportunidade de mostrar a perfeita condução com que exemplarmente dirigiu a Saúde do país?

Nem Bolsonaro e muito menos o general do "um manda, o outro obedece" responderiam tais perguntas. Mas todo mundo sabe, inclusive, os bolsonaristas mais vibradores, também, que a afirmação do presidente sobre seu ex-ministro e os argumentos de Pazzuelo para se calar na CPI, são falsos.

Por isso a política se torna cada vez mais desacreditada por culpa de gente cínica, dissimulada e oportunista.

Não se vai longe para um exemplo regional dessa política sem vergonha. Há menos de dois anos, Telmário Mota chamava Antônio Denarium de "ladrão", "bandido", "falsário", insinuava que o governador cheirava cocaína, e ameaçou com todas as letras de mandá-lo para a cadeia por "crimes" como o de "fechar o Mafir para beneficiar você (Denarium) e teus amigos do Frigo 10".

Hoje, o bajulador mais pegajoso do governo de Denarium é quem? Telmário Mota. E o Mafir foi, sim, fechado, e o Frigo 10 está bombando.

Como é que alguém que afirma que um governador é ladrão, bandido, falsário e "cheira coisa que não presta", e de repente ele não é mais nada disso, e se transforma num "governante honesto e trabalhador"?

"PRECISO ME ELEGER, CARALHO!" - Telmário nunca explicou se suas acusações contra Denarium eram difamatórias e caluniosas. E nem justificou o motivo para sua tão radical mudança de pensamento e comportamento. Mas em um áudio, ele é bem claro com seus assessores: "Eu preciso do apoio do presidente da Assembleia, do governo, dos deputados se que eu quiser me eleger, caralho!", revelou o independente senador, quando Jalser Renier era presidente da ALE.

Ou seja, para garantir apoio à sua reeleição, Telmário muda de opinião e certeza sobre o caráter e folha corrida de quem ele afirmava que iria colocar na cadeia, e passa a elogiar o tal meliante de forma tão lambuzada que chega a causar ânsia de vômito.

Por isso a política vem se tornando desacreditada cada vez mais pelo cidadão, por culpa de gente cínica, dissimulada e oportunista. Gente que chama o outro de ladrão e bandido, e depois corre atrás e pede para tirar selfies abraçado ao "ex-bandido e ex-ladrão", achando que as pessoas não tem inteligência e nem memória.

P.S: Telmário também sentava a ripa em Bolsonaro. Tem vídeos dele falando mal do presidente. Mas como ele agora quer agradar o eleitor bolsonarista, passou, também, a bajular Bolsonaro.

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