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AMEAÇAS DE MORTE

De 19 empresas, 17 foram descartas numa só canetada.


Conselheiro denuncia suposta bocada de R$ 8 milhões na ALE

O Tribunal de Contas do Estado embarrerou um processo de licitação prá lá de suspeito com contrato de R$ 8 milhões para prestação de serviços de limpeza e conservação na Assembleia Legislativa, em que, "numa só canetada, 17 empresas foram descartadas das 19 que estavam concorrendo", segundo o conselheiro Netão Souto Maior, apontando a suspeita de jogo de cartas marcadas na Casa dos deputados.

De acordo com Netão, por ser a menor capital do país, Boa Vista é que possui a maior quantidade de autoridades por metro-quadrado, em que as principais empresas vencedoras de certames licitatórios na administração pública, pertencem ou são ligadas a deputados, senadores, políticos sem mandato, parente de políticos com mandato, e demais autoridades.

"Dizem que tal empresa de fulano é para ganhar tal serviço (contrato), tal empresa vai ficar com esse outro contrato, atribuindo a políticos e autoridades diversas essa distribuição antecipada de contratos como se não houvesse nenhuma legislação acerca desses processos", revelou o conselheiro em sessão no TCE.

Netão anunciou que "deve aparecer em breve, sérios problemas com essa chuva de atas (cartas marcadas)" em Boa Vista. E citou como exemplo o caso do contrato de R$ 8 milhões para limpeza na ALE, em que das 19 empresas concorrentes, "17 foram descartadas de uma canetada só, porque o contrato já tem autoridade certa, com empresa certa, para ser contemplada."  

AMEAÇAS DE MORTE - E Netão foi além na gravidade de sua denúncia. Segundo ele, há informações da ocorrência de "ameaças de morte na disputa desse contrato milionário" na Assembleia. E que há "um loteamento de valores destinados (em contratos) a deputados estaduais, numa nuvem de corrupção em vários contratos na ALE".

Netão aconselhou quem lhe informou sobre os supostos rolos na Assembleia, que representasse essas irregularidades ao TCE, e como resposta ouviu que "o preso serei eu", como quem não confia na justiça haja vista que os rolos na ALE não puni deputado, e só os empresários e servidores que obedecem ordens, são condenados.

MEA-CULPA - "Nós (TCE) somos muito eficientes contra a Prefeitura de Boa Vista e prefeituras do interior, mas, às vezes, as coisas (desvio de dinheiro público) acontecem sob as nossas barbas e a gente só olha quando o leite já foi derramado", disse Netão, fazendo um mea-culpa pelo tribunal.

Na ALE, Sampaio das Diárias assumiu com discurso de moralidade e combate a esquemas de outras legislaturas. Mas, apesar das denúncias de empresários e avisos de servidores sobre o esquema que estava ocorrendo para colocar duas empresas na bocada dos R$ 8 milhões de limpeza e conservação, só suspendeu o processo porque o TCE embarrerou a suposta maracutaia.


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