- 18 de junho de 2025
Os que tapam olhos, ouvidos e bocas para mais de 1.500 mortes
Que a CPI da Saúde não faça nada vezes nada em relação ao caos na saúde pública e descaso com as mortes por Covid 19 no estado, todo mundo sabe, mas os ministérios públicos Estadual e Federal ficarem tapando os ouvidos, os olhos e as bocas - tipo aqueles três macaquinhos - para tudo isso, é desalentador por de mais.
Roraima não tem no poder público quem se importe com a dor das famílias enlutadas. É o que se está vendo com a inércia de uma CPI na ALE onde o presidente dela é líder do governo, ou seja, protege os interesses do governo. E o relator, é o deputado que mais tem indicações dentro da estrutura governamental. Ambos, enrolam, na maior cara-dura, há quase dois anos, a definição da CPI.
Tem mais: o presidente e o relator da CPI encaminham investigações para governos passados tirando de foco o presente de mais de 1.500 mortes dos ombros do governo.
Todo o descaso apontado por ex-secretários de Saúde que saíram afirmando que havia ingerência e negociações de políticos dentro da Sesau, onde dinheiro da pasta servia a esses políticos, ao que parece, está engavetado na CPI. Quer ver, aparecem na investigação nomes de gente próxima ao presidente e ao relator da CPI ou de quem lhes sejam próximos. É o que dá para desconfiar.
Não basta ter Antônio Denarium, um cara frio que não demonstra sentimento de dor pelos mortos com a Covid, como desde o início da pandemia se observa. Roraima ainda conta com a indiferença de dois deputados eleitos que prometeram o céu para os eleitores.
Mas com as trocas de favores, de interesses, cargos e contratos com o Palácio Hélio Campos, são os dois, presidente e relator da CPI, que vivem no céu, alheios ao inferno de quem corre atrás de remédios para salvar um pai, uma mãe, o marido, a esposa, ou filho internado no HGR ou na maternidade pública.
Com salários e privilégios que chegam a mais de R$ 50 mil por mês, promotores de justiça do estado e procuradores da República em Roraima, pelo jeito, acham normal que todos os dias, famílias peçam nas redes sociais ajuda em dinheiro para comprar medicamentos para parentes internados no HGR, que estão morrendo pela falta de remédios que deveriam constar em estoque no hospital.
Mas dinheiro - e muito - para aquisição de medicamentos e insumos foi depositado no caixa do Palácio Hélio Campos. Ou seja, dinheiro tem o que falta é gestão. Dinheiro tem o que falta é vergonha na cara. Vergonha não só do governador, mas, também, de quem, com o bolso cheio, tapa os olhos, ouvidos e bocas para mais de 1.500 mortes.