- 18 de junho de 2025
Não honram os votos que tiveram
O sofrimento que pacientes sofrem há meses no HGR e na Maternidade Pública, e as mortes de doente da Covid 19 por falta de leitos e medicamentos no hospital, além das cenas de pacientes em macas espalhadas pelos corredores, e de goteiras de chuvas caindo em cima de um paciente na UTI, não têm gerado nenhum tipo de indignação ou revolta por parte de deputados e senadores.
Antônio Denarium, o governador dos mais de 1,4 mil mortos da Covid 19, mantém aos seus pés uma unidade muda, servil e conivente por parte de quem foi eleito para defender os interesses da população, mas, que, na realidade, defende o seu quinhão no latifúndio de indicações e contratos governamentais. Em outras palavras, vivem o cala-bôca do toma-lá-dá-cá.
Salvo uma reclamação aqui e outra alí de um Haroldo Cathedral e um Antônio Nicoleti, de resto é um silêncio ensurrecedor.
Com 111 mil votos, pensando em ser candidato ao governo e lançar um filho "alienígena" para deputado federal - já que o outro é seu suplente -, o senador flagrado com mais de R$ 30 mil escondidos na cueca, Chico Rodrigues, faz o discurso calhorda de que "alguma coisa precisa ser feita". E só.
O homem do milagre da multiplicação dos bens, Mecias de Jesus, que articula convencer Denarium a disputar o Senado e ele o governo, também, não dá um pio. Age como se as mortes pela Covid no estado não fossem em Roraima, isso porque é aliado do governador e tem grandes planos eleitorais para ambos. Como criticar seu possível companheiro de chapa?
Telmário Mota é o mais pelego deles, embora tenha tido dois parentes que morreram pela Covid, e um deles por falta de leito e remédios. "Já liguei para o Denarium. Disse pra ele que essa situação não pode ficar assim". E pronto. Resolvido. Mas dá para imaginar o tamanho do pití, do ataque de pelanca que Telmário teria se Teresa Surita fosse a governadora?
Telmário Mota é todo servil ao governo porque, como afirmou em áudio que circula nas redes sociais, "eu preciso ter apoio do governador, do presidente da Asssembleia, dos deputados pra poder ir pra minha releição, esse papinho furado não me reelege, não, caralho". Fica claro que, para Telmário, o que importa é a sua reeleição e não as mortes no HGR, e para isso, ele faz tudo para não desagradar quem ele "precisa de apoio".
Resumo da ópera: Nenhum dos três senadores enxerga o sofrimento de doentes e a dor de familiares de mortos por falta de medicamentos e leitos, tanto que se mantém calados. O que importa para eles é como vão se arrumar para eleição do ano que vem. Dois querendo o governo. Um, continuar no Senado. E nenhum honrando as promessas que fizeram e os votos que tiveram.