- 18 de junho de 2025
Eleitor rejeita benevolências oportunistas
Desde que assumiu, o deputado Haroldo Cathedral doa o seu salário para entidades filantrópicas. Ele não divulga isso. E justifica essa discreção, mesmo sendo político, de não fazer alarde do altruismo que pratica, com uma pergunta: "Pra quê (fazer propaganda)?"
Doar qualquer coisa em benefício de pessoas necessitadas é o que carateriza o que chamamos de altruismo em ajudar sem olhar a quem. Mas isso perde completamente o sentido quando políticos gravam vídeos, tiram selfies e divulgam em tudo quanto é rede social e grupos de WhatsApp que doaram cestas básicas ou, vejam só, mil melancias para uma população de 420 mil pessoas.
Fazer propaganda em cima de uma suposta ação de caridade ou de ajuda ao próximo nunca foi e nunca será gesto de altruismo. O nome disso é propaganda pessoal. É querer vender ao eleitor a imagem de que é caridoso, de que é solidário, de amigo.
E é aí que esses "dadivosos" se enganam. O eleitor sabe muito bem diferenciar o que é gesto solidário e o que é oportunismo sem vergonha. Exemplo disso se viu em 2018 quando teve candidato que perdeu até para os votos brancos e nulos, e em 2020, quando Shéridan Stteffannye e Otaci Nascimento, candidatos empoderados e bamburrados com apoios dos três senadores, 20 deputados estaduais, e estruturas do governo e da ALE, foram humilhados nas urnas. Bravatas e promessas mirabulantes não colaram.
Sabádo, 3, Antônio Denarium que cortou o Crédito Social e só passou a pagar alguma coisa quase dois anos depois de assumir, fez a maior publicidade em entregar pouco mais de mil cartões de R$ 200 para menos de duas mil pessoas como se Roraima não tivesse, pelo menos, 300 vezes mais pessoas necessitadas, e como se o dinheiro fosse dele e não do contribuinte.
Ano que vem, amigo leitor, esses políticos vão colher o reconhecimento das benevolências que praticaram. Os votos brancos e nulos, e a aversão a esse festival de auto-promoções vão concorrer com eles.