OPINIÃO FORMADA

Eleitor aprendeu a vender e não votar

A cada eleição se confirma que o voto em Roraima é o mais caro do país. Em outras palavras, os políticos gastam mais porque além dos custos de uma campanha (marketing, combustível, cabos eleitorais...) há, sim, a relação de compra e venda de voto entre candidato e eleitor. Negar isso, é como negar que a Terra é redonda.

Então, pra quê se descabelar em realizar obras, abastecer decentemente com medicamentos os hospitais, melhorar os salários dos professores, equipar os policiais se o discurso de campanha é dar o que o eleitor pedir no momento?

Pra quê se preocupar, se em 2022 é pegar a montanha de dinheiro para a pandemia que ficou guardado na Sesau, e jogá-lo na campanha eleitoral, se o eleitor sempre está suscetível a esse tipo de apelo?

Na cabeça de quem compra voto, as mortes e os traumas causados por elas nessa pandemia em que muita gente partiu por falta de medicamentos e insumos, será página virada em 2022. E assim, o "quanto é pra fechar com toda tua família?" ser o papo reto, o discurso de campanha já que pra esse tipo de político, eleitor é mercadoria que se compra.

O desprezo social ocorre porque o político de Roraima, em sua maioria, e o eleitor, também em sua maioria, estão pouco se lichando com o que verdadeiramente importa que é saúde, educação e segurança públicas.

O milheiro de tijolos, a carrada de areia, o emprego temporário de cabo eleitoral falam mais alto, e o que se sofreu dois anos antes, será passado. Esse é o pensamento de quem deixa faltar remédio no HGR que todos os dias vem matando gente no hospital. Essa responsabilidade é de toda classe política com mandato mas que não toma nenhuma providência.

Alguém duvida que ano que vem Roraima continuará sendo o voto mais caro do país?

Mas é bom lembrar que na última eleição, há quatro meses, candidatos tidos como fortes, bamburrados, e repletos de apoios de deputados e senadores, pagaram caro pelos votos que não tiveram.