JALSER E DENARIUM

Feitos um para o outro

Nesse mês de janeiro - que acaba hoje -, o Hospital Geral de Roraima apontou média de 10 mortes por dia por Covid 19. Isso, depois que mais de R$ 400 milhões foram enviados para o estado especialmente para o combate à doença.

Boa parte dessas mortes, se deu pela estrutura sabidamente deficiente do HGR em atender uma demanda que foi prevista e anunciada desde novembro do ano passado, pouco tempo depois do governo do estado fechar o hospital de campanha.

Sabe-se que a falta de leitos tanto para doentes como para enfermos em UTIs prejudica qualquer tratamento, ainda mais, para a Covid 19, e não se duvida que muitas mortes se deram por falta de tratamento decente.

Disso, com certeza, Antônio Denarium tem conhecimento. Porém, para preservar o seu mandato e atender sua vaidade em continuar sendo governador, cedeu à pressão de Jalser Renier, e trocou a Sesau de porteira fechada pelo arquivamento do seu processo de impeachment. Parece até que ambos nascerm um para o outro.

Em suma, vidas foram negociadas. Mortes foram colocadas de lado. Isso em nome da política e do poder. Mais precisamente da vaidade do poder de ambos, Jalser e Denarium.

De dezembro prá cá, não houve uma semana que as mortes em Roraima e o caos no HGR não fossem manchetes no Jornal Nacional. Imagens com doentes amontoados nos corredores e cadáveres lotando salas foram exibidas. Nas redes sociais, todos os dias de lá prá cá, mortes de pessoas conhecidas foram lamentadas por amigos e familiares.

Há tempos que a falta de medicamentos, insumos, aparelhos e de leitos no maior hospital do estado são denunciadas na imprensa e nas redes sociais. Mas não se viu avanço na gestão da saúde. Pelo contrário, ingerência tosca é o que se assiste.

Anteontem, Denarium publicou fotos dele com o secretário bom de conversa da Saúde em um hospital que só tinha as camas, sem aparelhos. A foto revela tudo o que é o governo de Antônio Denarium, uma gestão vazia, sem conteúdo, tocada por um governador apegado ao cargo, que negociou vidas em nome da política, para um político que só enxerga poder. Ambos parecem que nasceram um para o outro.