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EDERSEN LIMA

O caminho mais curto para a queda é a soberba.


Liçoes que você nunca aprendeu, Jalser

Jalser, com quase 50 anos idade, você nunca aprendeu que a pressa é inimiga máxima da perfeição. Sempre tão voluntarioso e com duas mães não te negando nada, você cresceu e se tornou nesse cara imediatista e egoísta. Tudo seria diferente se não fosse esse teu "aqui e agora" agoniado por poder.

A pecha de "ladrão de dinheiro público" você mesmo tatuou na testa com os gafanhotos que operastes em quatro anos do governo Neudo Campos. Foram meses de cadeia por causa disso, e a lição, ao que parece, não foi aprendida, tanto que a pecha continua.

Ser governador de Roraima era tua meta e quando você poderia trabalha-la da forma mais efetiva em 2017, se firmando no grupo que você estava junto com Romero Jucá e Teresa Surita, você deu um rabo-de-arraia geral. Rompeu com Teresa quando poderia ter ajudado a elegê-la governadora em 2018, negociando retorno em apoio para você, mesmo, ser candidato a prefeito de Boa Vista em 2020.

Trocou o que daria certo, pela promessa de comando das secretarias de Educação e Saúde do que seria o governo de Anchieta Júnior. Querias controlar o que você controla hoje, o caos na saúde pública do governo Antônio Denarium, mas com R$ 1 bilhão de orçamento pra você gastar como bem entender. Eleição de Anchieta deu chabú.

Aí, fostes ouvir teus colegas "azambas". Partistes descontrolado, raivoso e invadiu a 93 FM para ofender de tudo o que não presta a prefeita da capital, e, intolerante, ainda tentou agredi-la, não respeitando a posição política dela contrária aos teus interesses.

Ali, poucos notaram, o menino mimado gritando com a assessora, quase chorando: "Ela gravou, porra. Ela gravou, porra". Já sabendo que a merda que fez seria jogada no ventilador, e que ficaria pregada definitivamente na parede da tua história. Além da pecha de "ladrão", você, Jalser, ganho ali a de "politico que agride mulher".

A peso de ouro - e põe ouro nisso -, você se elegeu presidente em 2019 e logo em seguida se reelegeu, expondo não o quanto você era articulado ou como era um líder político nato, mas, sim, como um descontrolado perdulário dos cofres públicos, um desesperado louco por poder, que criava CPIs para arrancar a Sesau, contratos e empregos do beócio Denarium.

Com empáfia e soberba descomunais na política de Roraima, você, Jalser, decidiu de vontade própria lançar um boneco fantoche teu para a Prefeitura de Boa Vista. Comprou pesquisa do Ibope. Comprou apoio de 20 deputados. Comprou a consicência de venais cabos eleitorais profissionais. E tudo isso, segundo Renato Silva, "com R$ 20 milhões do nosso dinheiro (da ALE)". Perdeu da forma mais humilhante que Roraima já viu, igual a de Telmário Mota que ficou atrás até dos votos brancos e nulos em 2018.

Depois da peia homérica dos 85%, um amigo, te sugeriu, como jogador de xadrez que você é, Jalser, o "gambito da Rainha", ou seja, fazer uma jogada inesperada, que te colocasse nos eixos. Mas você preferiu fazer o que todo mundo sabia que você faria: comprou com promessas de cargos e estrutura política 12 vereadores que estavam na prateleira à venda para fazer outro fantoche teu, presidente da Câmara de Boa Vista.

Esse foi teu calcanhar de Aquiles, teu tiro no pé, teu "rei afogado" no Xadrez, para o que veio a seguir. 

O STF ti afastou, Jalser, ti mostrou como eras um "ídolo de pano" dos teus colegas, um mero "líder financeiro", o cara da chave do cofre sempre aberto, e não alguém que 20 deputados seguiam porque era bom exemplo de alguma coisa - de qualquer coisa - na campanha eleitoral passada.

Praticamente esses 20 deputados ti viraram as costas ontem mostrando que nunca fostes líder de nada. Que nem amizade ou afeição tinham por ti. Queriam apenas o que você sempre se dispôs a dar ou pagar ou comprar. Natural. Amor e amizades não se compram. 

A Sesau já é coisa do passado. Os 12 vereadores confinados por ti a troco de vantagens imorais, são obediências do passado. Os esquemas com prefeitos e ex-prefeitos do interior, são acertos do passado. O cofre papudo e aberto da ALE, passado. 

O presente é esse de juntar os cacos, Jalser. O presente é a Cartas Marcadas, a Royal Flush, os cheques de R$ 500 mil e de R$ 1 milhão prontos para questionamentos no Tribunal de Justiça.

E o futuro é o da cobrança dessa fatura pela pressa inimiga da perfeição. É o da cobrança pela fome de poder e dinheiro. É o da realidade do que Salomão pregou: "O caminho mais curto para a queda é a soberba". Uma outra lição, que depois de quase 50 anos de idade, você, Jalser, nunca aprendeu.


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