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AFASTADO

ALE tem 48 horas pra eleição da Mesa.


Um futuro duvidoso em que o tempo não para

A situação de Jalser Renier após a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, está parecida com um trecho da música "Bete Balanço", de Frejat e Cazuza: "O teu futuro é duvidoso. Eu vejo grana, eu vejo dor, no paraíso perigoso que a palma da tua mão mostrou".

Jalser afastado, se encerra uma liderança formada na base do dinheiro em que ele comprava apoios, fazia conchavos, firmava contratos, indicava nomes, fechava composições e ganhava o que queria com CPIs, no maior toma-lá-dá-cá que a política de Roraima já conheceu.

Não à toa, Antônio Denarium, para não ser cassado, cedeu-lhe a Secetaria de Saúde com porteira fechada com seu R$ 1 bilhão de orçamento. Não à toa, Jalser confinou e adquiriu, como quem pede um combo de sanduíche, refrigerante e batata frita, 12 vereadores para fazerem o que ele quer, elegendo Genilson Costa - um Otaci melhorado - para presidente da Câmara de Boa Vista, e tudo o que ele ordenar para atrapalhar a gestão de Arthur Henrique, e prejudicar Teresa Surita.

Não à toa, o custo do menino de ouro na ALE é a peso de ouro, mesmo. São mais de mil cargos que ele dispõe para advogados, médicos, blogueiros, amigos, além de esposas, namoradas e amantes de autoridades. Cargos que lhe deram o poder de viver livre, leve e solto apesar das acusações de um Ministério Público que, se não complacente, um tanto quanto lerdo em pressionar a justiça para que ela decida sobre aberrações de Jalser.

Mas, fora da presidência, Jalser será como um leão velho e desdentado. Vai rugir como quem diz "eu sei o que todos vocês fizeram nos verões passados em Roraima". Porém de nada isso adiantará. Rei posto, rei morto. E leão velho é presa fácil das hienas, que até ontem, batiam palmas e atendiam imediatamente suas ligações.

Hoje, mesmo, na ALE, com a movimentação silenciosa mas contagiante de Mecias de Jesus e de Antônio Denarium, o substituto de Jalser estará sendo forjado. Seus assessores, bem como seus amigos deputados e até o pessoal da Casa Militar vão correr atrás da sombra de quem poderá ser o novo presidente da ALE, que não será um preposto de Jalser, um Otaci ou um Genilson, até porque, esses dois vão refletir que, ou cuidam de seus futuros de forma independente, ou vão pro mesmo vale escuro dos leões velhos e desdentados.

Deputado comum, as contas vão bater com força na porta de Jalser. Tem Cartas Marcadas e seus condenados. Tem Royal Flush com as bolsas, sapatos e óculos de mais de R$ 200 mil de Cíntia. Tem o checão de R$ 500 mil que está sumido no Tribunal de Justiça. E claro, a conta dos advogados em Brasília, em especial, a do competente e caríssimo Bruno Rodrigues.

Fora da presidência, Jalser pode dar adeus ao comando da Sesau e seu R$ 1 bilhão de orçamento. Pode dar tchau para o controle da Câmara de Boa Vista. E pode dar aquele "valeu" para as indicações que mantinha na ALE, feitas por gente importante como Paulinha do BBB.

Porém, há um detalhe. Quem conhece Jalser Renier, sabe que ele não vai largar o osso assim. Como em outra música de Cazuza, que diz:

"Mas se você achar
Que eu 'to derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados
Porque o tempo, o tempo não para
Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta
A tua piscina 'tá cheia de ratos
Tuas ideias não correspondem aos fatos
O tempo não para"

Jalser vai recorrer, e com o STF que temos...


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