- 18 de junho de 2025
"Tenho cinco grandes amigos na Justiça"
Há uma desconfiança forte de que o que Jalser Renier fala sobre ter "cinco grandes amigos na Justiça" ultrapassa os limites da boa convivência, para uma relação cheia de benevolência e complacência. Jalser é aquele presidente de um Poder que teve um cheque de R$ 500 mil reais encontrados na mochila do então vice-governador do estado, dois dias depois dele renunciar alegando que iria abrir espaço para que a ALE cassasse o mandato de Suely Campos.
O caso completa no dia 28 próximo, três anos que está perambolando em gabinetes de desembargadores sem qualquer indício de quando será julgado, tanto que ninguém no Tribunal de Justiça fala mais no assunto.
E veio de dentro do Judiciário mais uma notícia legal para Jalser Renier e sua mulher Cíntia. Por R$ 14 mil ela pegou de volta todas as suas jóias confiscadas na operação Royal Flush apesar do processo ainda não tem data marcada de julgamento.
Cíntia se beneficiou de coisa que a gente pensa que só amigo faz para outro amigo, porque resgatou 72 jóias que valem muito mais que R$ 14 mil. A julgar pelos sapatos Lobotin que Jalser deu para Cíntia e pares idênticos que presenteava na mesma oportunidade a cunhada Vanina com a mesma marca de sapato, as jóias da primeira dama da ALE são muito mais caras.
Para se ter uma idéia, os Lobotin de Cíntia e Vanina, ao preço de hoje, não sairiam por menos de R$ 8 mil cada um. Não à toa, Cíntia Padilha é chamada de Imeldinha Marcos, mulher de um ditador das Filipinas, que tinha mais de dois mil pares de sapatos.
Se pegarmos R$ 14 mil e dividirmos por 72, chega-se ao custo de R$ 194 reais por peça. Talvez, a jóia mais baratinha de Cíntia fique em torno de R$ 3 mil a preços de hoje, o que nos leva a desconfiar que a avaliação feita por algum técnico ou perito do TJ foi alopradamente abaixo do que elas valem, coisa que alguém poderá dizer que é "de amigo para amigo".
A Royal Flush completou dois anos na semana passada e também não se tem nenhum indício de quando essa acusação do Ministério Público Estadual será julgada.
Enquanto isso, o cheque de R$ 500 mil para comprar a renúncia do então vice-governador Paulo César Quartiero, segundo a denúncia da Polícia Civil, está em local incerto e não sabido dentro do tribunal. Será que a Royal Flush vai seguir o mesmo rito?