00:00:00

ORACULO

As pessoas podem permanecer a vida toda perdidas.


PERDER-SE DE SI MESMO

JOBIS PODOSAN

 

CUIDAR DE SI MESMO

Poucas são as pessoas que, desde a infância, visualizam o caminho que irão percorrer na vida e fixam as metas para alcançar seus objetivos. Grande parte deixa que os acasos da vida resolvam para onde estão indo. Não sabem o que querem e, por isto, não criam objetivos, contentam-se em ir vivendo na dependência material e psicológica dos outros e caminhando para lugar nenhum. Não é tarefa fácil descobrir o que se quer, o que se deseja que a vida, para buscar esses sonhos com o esforço próprio. Desejos todos têm, o diferencial é buscar por si mesmo a realização desses desejos. Desejar e transferir a outras pessoas ou ao governo, por exemplo, é tarefa fácil, todos se acham merecedores de tudo que a vida lhes possa oferecer de graça. As pessoas podem permanecer a vida toda perdidas, por nunca se terem encontrado, podem saber o que querem e, na trajetória, perderem o caminho e optarem por uma via tortuosa, perdendo-se de si mesmas ou podem saber o que querem e se habilitarem para enfrentar os obstáculos que temperam a existência e qualificam a vitória. Esses últimos são o sal de cada nação, são pessoas que sabem o que querem, agem na direção desse querer e perseveram ante os obstáculos da caminhada. Sem estas pessoas nenhum país progride, formam-se hordas de miseráveis que mendigam pequenas dádivas do governo e chamam receber esmola de cidadania, como se fossem pessoas incapazes de prover a própria existência. Governos também se perdem ao buscar tão somente “cuidar das pessoas”, “cuidar de gente”, “atender aos mais pobres”, sem atentar que, para fazer isto, necessitam que um grupo enorme de pessoas, estas sim cidadãs, produzam para sustentar a inação dos que se voluntariam como incapazes para viverem sem trabalhar, embora vivendo na miséria por eles mesmos escolhida. Toda prestação que o governo ofereça é pouca para atender às necessidades humanas básicas. Os seres humanos têm uma primeira missão básica na vida: prover a própria subsistência. Deixar isto por conta dos outros, sendo capaz de trabalhar, é permitir a escravização ao contrário, é admitir a exploração dos que querem trabalhar para sustentar os avessos ao trabalho.

 

AS ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS

A cada dia um número grande de pessoas, policiais, juízes, membros do Ministério Público, advogados, empresários, políticos e outros profissionais, organizam-se para cometer crimes e ganhar dinheiro que acreditam fácil. O detalhe interessante é que essas pessoas SABEM que a trama vai ser descoberta! A tecnologia, a dificuldade de guardar e gastar o produto do crime, a especialização da polícia, a delação premiada e outros instrumentos de combate ao crime, tudo revela e, de repente, pessoas que tinham emprego, família, alguma reputação e até certa fama, veem-se jogadas na bandidagem rasteira e têm a sua vida e das suas famílias destruídas. Por que fazem esta opção desastrosa? A resposta é que tais pessoas perderam-se de si mesmas, abdicaram de si e optaram por serem um enigma, escolheram a fantasia, julgaram-se os maiorais, porque, iludem-se, de tão espertos, jamais seriam apanhados!

É possível se perder para os outros ou se perder dos outros, mas a desgraça só chega com toda sua força destrutiva quando você se perde de si mesmo. Muda. Transmuda. Não sabe mais quem é e nem para onde está indo.

Enquanto você for coerente consigo mesmo jamais perderá a credibilidade, seus limites são demarcados e conhecidos. Não basta ser honesto, pois honestidade não é virtude, é dever, o povo virtuoso, mas inerte para o trabalho, sucumbe, cedo ou tarde, à mendicância e/ou ao crime, pois, para viver, terão que tirar o sustento de algum lugar. A honestidade é um freio que contém o ímpeto criminoso, não impede a tentação, mas bloqueia a ação. Cada pessoa que, podendo trabalhar, não trabalha está subtraindo recursos de alguém, está comendo e vivendo à custa dos outros. O trabalho é condição de vida em sociedade, todos tem de contribuir para a produção do conjunto. Exibir necessidades não basta, é preciso ter força e vergonha para entrar na roda da produção. É preciso ter a consciência de que você também contribui e não somente que você é um pobre coitado que precisa da ajuda alheia como pão de cada dia.

 

PRESTE ATENÇÃO

- Não tema a colheita, plante alguma coisa e escolha cuidadosamente o que vai plantar, pois é isto que você vai colher. Veja este exemplo: o filho de um trabalhador de um condomínio, viu certa vez um dos condôminos lavando o próprio carro em pleno domingo de sol. Aproximou-se e disse: porque o senhor não vai dar um mergulho na praia? Eu termino a lavagem. O homem foi à praia com a família e quando voltou o carros estava limpo, mas o menino não estava mais lá. Procurou saber quem era o rapaz e o gratificou bem, o suficiente para o rapaz comprar um balde e uma flanela. Começou ali uma história de sucesso e uma empresa informal que logo depois virou uma atividade bastante lucrativa. O rapaz também poderia preferir ir à praia, mas preferiu ganhar sua vida primeiro.

­-  Não simpatize com teses esquisitas, como a que faz do bandido vítima. Bandido é bandido e sua vida é improdutiva, pois pretende viver tomando o que é dos outros. Seja lá que bandido for, ele é apenas um membro inútil dentro da sociedade.

-  Bandidos são gotas de água suja que não podem poluir o oceano da decência. Quando o bandidos forem maioria, não haverá cidadãos, mas apenas bandidos e a sociedade sucumbirá, pois não haverá de quem roubar.

- Também não se deixe seduzir por ideias falsas, como a que pretende justificar seus maus atos alegando ser comum a todos. Faça o que todos fazem e serás um deles.

-  Não creia que a força é o remédio para todos os males. A força não pode derrotar o cérebro. O vitorioso não é aquele que vence aos outros, mas o que vence a si mesmo. A vitória da força é sempre transitória, é a razão que gera permanência e continuidade.

-  Você é o arqueiro, a vida é o arco e a flecha é o destino. Aponte sua flecha na direção que você escolher e a dispare na direção do alvo. A escolha é sua e somente sua. Seu destino é com você. Os outros podem ajudar, mas quem ajuda faz sempre a menor parte, inclusive Deus. O Criador não premia a vagabundagem, ajuda aos que fazem a sua parte. A maior parte e o maior esforço é sempre seu. Ninguém pode decidir o destino de ninguém. Encontre seu caminho e não se perca de si mesmo.

-  Não procure culpado para justificar a sua derrota, olhe no espelho e você o verá.

-  Não banalize o perdão pedindo-o todos os dias a todas as pessoas. O perdão é bem supremo da alma que perdoa, mas o perdoado tem o dever de não praticar mais a conduta lesiva a si mesmo ou aos outros.

 

EFEITOS DO PERDÃO

Um jovem foi preso pela Polícia com 10k de maconha numa festa popular. Um colega de faculdade de minha alta estima, que era tio do rapaz, me procurou para soltar o jovem, que estava numa Delegacia de Polícia. Ele estava angustiado com o desespero da sua irmã e do seu cunhado, ambos muito chorosos porque o filho estava naquela situação degradante. Disse-lhe que o perdão é o esquecimento da falta, mas não significa subtração das consequências dos atos praticados, porque isto eliminaria o efeito benfazejo do aprendizado. A não subtração das consequências é um ato supremo de amor, pois importa sofrer junto. Atuei mais como amigo do que como advogado, pois aconselhei-os a deixar a escola da vida funcionar. Assim como o rapaz fez a opção pelo tráfico, ele devia suportar também as consequências da escolha, a prisão, a vergonha, a percepção de que o crime não compensa. Quando o rapaz foi solto houve choro e não festa. Houve compromisso e acusações aos outros com quem o rapaz se envolveu. Promessas foram feitas e a educação fez o resto. O perdão gerou e esquecimento, sem subtração do aprendizado. A peraltice gerou, afinal, efeitos benéficos, o rapaz reencontrou-se consigo mesmo.

 

 

Últimas Postagens