- 18 de junho de 2025
Péssimo negócio
A servidora pública Nara Kelly fez comentário pertinente hoje em um grupo de WhatsApp, questionando se Ottomar Pinto estivesse vivo, conseguiria ser o mesmo líder político que foi, diante da realidade das redes sociais tem em acompanhar e expor tudo que é feito pelos governantes em suas entranhas, métodos e motivos.
Nara citou o exemplo do assassinato do jornalista João Alencar, maior e mais ácido crítico que Ottomar teve na vida, que foi morto sob encomenda de algum poderoso ligado ao velho brigadeiro, ou a mando de algum adversário do saudoso brigadeiro, pra lá de maquiavélico, com objetivo de que pesasse sobre ele as suspeitas pelo covarde assassinato de um crítico.
Nara Kelly lembrou bem que não deu em nada o inquérito sobre a morte de Alencar. Mas não deu em nada porque os tempos eram outros. Vai matar jornalista hoje pra ver o tamanho da confusão e repercussão, ainda mais porque as suspeitas recaem sempre sobre algum político ou empresário rico ligado à política que era alvo de denúncias do jornalista. A imprensa de um modo geral age em conjunto caçando os autores do crime.
A Polícia de hoje, seja em em qualquer lugar do Brasil, diferente daquela época de ex-Território, tem em seus quadros delegados e agentes compromissados com a função, além dos ambiciosos que sabem que prender um peixe grande é promoção eterna.
As ruas, casas, e prédios são hoje vigiadas 24 horas por dia por câmeras que registram tudo, desde o local do crime ao trajeto feito depois pelo criminoso. Além disso tudo, há sempre uma testemunha ocular. Pode-se identificar de cara quem e qual o veículo, com placa e tudo, foi usado.
Hoje, dificilmente, João Alencar sofreria um atentado tão descarado como que lhe matou, apesar de toda acidez de suas críticas a Ottomar, brigadeiro formado nas entranhas da ditadura militar, com ímpedo de ser autoridade máxima, que não tolerava questionamentos.
A imprensa e as redes sociais iam adorar noticiar que um brigadeiro ou governador ou senador ou milico da ditadura mandou matar um desafeto seu. Ottomar, hoje, seria apontado e trucidado pela morte de Alencar nas redes sociais e na imprensa, independente de ser culpado ou inocente.
Atentado a jornalista já foi solução criminosa para político e empresários covardes não serem desmascarados e incomodados. Nos dias de hoje, isso é um péssimo negócio.