- 18 de junho de 2025
Vaidade que beira os pecados da luxúria e da soberba
A pré-candidata à Prefeitura de Boa Vista, Shéridan de Vicentinho, teve acordo judicial homologado pelo Tribunal de Justiça a pagar R$ 40 mil pelo uso irregular de aeronave do governo do estado para transportar o cantor MC Sapão em 2010 para animar a festa de aniversário da então primeira-dama, Shéridan de Anchieta.
O Ministério Público Estadual e a Justiça não engoliram os argumentos de que ninguém sabia de nada e de que se tratou de uma simples "carona" dada ao cantor, e sim, o entendimento foi de que houve abuso de poder, improbidade administrativa e muita falta de vergonha em achar que dinheiro e o patrimônio públicos podem ser usados ao bel prazer particular.
Como disse Machado de Assis: "A vaidade é um princípio de corrupção". Se a vaidade foi de um governador que atendia todas as vontades e desejos de sua mulher, ou da primeira-dama conhecida pelo ego inflado do empoderamento em ter um funkeiro cantando no seu aniversário, não importa. Dinheiro público não serve para essas coisas pequenas que revelam quanto tão pequenos são certos princípios e certos pecados, como o da vaidade que beira a luxúria e a soberba.
E sobre princípios e vaidades, disse o filósofo francês Charles-Louis de Secondat, o barão de Montesquieu: "A corrupção dos governantes quase sempre começa com a corrupção dos seus princípios". Desejamos que a corrupção sempre acabe em condenações ou homologações como essa em que Shéridan de Vicentinho tem que arcar quando "na balada era a rainha da dança" de Anchieta, e descia até o chão.