- 18 de junho de 2025
EM NOME DE DEUS
JOBIS PODOSAN
Não se deve usar o nome de Deus em vão. Não se deve, mas se pode, sendo este um caso de livre arbítrio. O mandamento cristão não elimina a nossa liberdade, mas deixa implícitas as consequências aos que violarem a regra. Três casos recentes demonstram que essa liberdade é possível. O primeiro caso é o de João de Deus que, por muito tempo, utilizou e nome de Deus em seu próprio nome, para cometer todo tipo de abuso, sob desculpa de fazer o bem. O segundo caso é o de dois pastores no qual a pastora, esposa do pastor, utiliza -se de filhos para matar o marido também pastor, com Deus sendo também envolvido na trama inacreditável. O terceiro é o do padre católico acusado de manusear mais de dois bilhões de reais, fruto de doação de fiéis para construir uma fortuna sob justificativas que não se coadunam com argumentos religiosos. A pergunta é: por que o Deus do Novo Testamento permite isto, quando o Deus do Velho Testamento já teria feito desabar sua ira sobre esses demônios impostores? A resposta é simples: o Deus de Jesus Cristo é Deus de amor, que não se ocupa dos nossos erros. Estes são nossos e nós é que suportamos as consequências debaixo da lei do livre arbítrio, que nos submete às inexoráveis consequências dos nossos atos. A punição não é aplicada por Deus. Somos nós que escolhemos o nosso castigo ao escolhermos as ações a praticar. Deus nos ajuda a fazer o bem, como é o caso da Santa Dulce, que de simples moça caridosa elevou-se à santidade. Mas Deus não nos impede de fazer o mal, deixando isto por nossa conta e risco, sob a lei da semeadura: o que semeardes, isto colhereis. Reforço as ideia central deste texto: quando escolhemos as condutas, escolhemos também os castigos que sofreremos. A presença de Deus é perfeitamente visível nos três exemplos citados. Não deviam ter usado o nome de Deus, usaram. Serão agora objeto da compaixão divina e da ira humana, pois Deus não se vinga e nem pune, apenas aguarda que cada um de nós responda pelos nossos atos e voltemos a buscar o caminho da perfeição espiritual, pois o que é de Deus é o nosso espírito e este é imortal. Temos a eternidade para responder pelas nossas condutas. O nosso corpo físico é apenas um conjunto de dez trilhões de células destinadas ao pó quando a vida física se esvai e nada leva da vida encarnada. O corpo é apenas o abrigo temporário do espírito. Esse Deus invisível e onipresente que nos presenteou com o livre arbítrio (liberdade na ação e vinculação nas consequências) nos colocou como árbitro da nossa própria evolução. Enquanto vivos, fazemos escolhas todos os dias e nos submetemos aos efeitos dessas escolhas, portanto ao fazer escolhas pensemos além do imediato, pois a doçura inicial pode se converter em amargura e agonia.
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