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IMPUNIDADE PARLAMENTAR
Judiciário demora em enquadrar Telmário.

É puro mau-caratismo de Telmário
Fabrício Queiroz não era foragido da polícia e nem réu em nenhum processo relacionado à improbidade administrativa quando foi preso semana passada. Queiroz foi preso preventivamente porque infrigiu o artigo 315 do Código de Processo Penal, no que tange a investigação criminal, ou seja, ele solto, estava dificultando a investigação, mandando destruir provas e orientando testemunhas.

Hoje, Telmário Mota, de novo acusar a juíza Lana Leitão de prevaricar porque "não mandou prender Romero Jucá e seus filhos", insinuando novamente com gestos nas mãos de que ela recebeu dinheiro, foi subornada, para não acatar pedido da Polícia Federal. Lana Leitão é presidente da Associação dos Magistrados de Roraima, e respeitada no meio jurídico por ser rígida no cumprimento da lei. 

Lana não poderia decretar prisão de quem é apenas investigado, não promoveu nenhuma ação suspeita de atrapalhar as investigações, não ameaçou testemunhas, não colocou em risco a ordem econômica, e nem levantou suspeitas de fuga, daí o motivo da juíza não ter determinar a prisão de um investigado, porque não houve afronta ao artigo 315 do Código de Processo Penal.

Cabe lembrar junho de 2017 quando a Polícia Federal esteve nas casa dos filhos de Jucá e Teresa Surita, em ação de investigação sobre suposto desvio de R$ 32 milhões do programa Minha Casa Minha Vida. Três anos já se passaram, e o que Telmário tem para mostrar para justificar a prisão de quem ele detesta? Nada! 

Engraçado que Telmário Mota, acusado pela Procuradoria Geral da República de espancar uma então namorada 40 anos mais nova, gosta de posar nas redes sociais de paladino da ética e da moral, em que ele não mede nenhum tipo de senso ou coerência ao querer difamar e caluniar com mentiras desde de simples jornalista a autoridades de condutas ilibadas, como a juíza Lana Leitão, e a procuradora geral de Justiça, Janaína Carneiro.

"É uma justiça seletiva. É uma justiça que prende o pobre e solta o rico. Agora, eu pergunto de vocês: o que levou essa juíza (Lana Leitão) a tomar essa decisão, será que foi dinheiro (fazendo gesto com os dedos em sinal de dinheiro), será se foi medo?", questionou em vídeo, o autor, sobre a justiça roraimense e sobre a magistrada Lana Leitão.

Em vídeo divulgado por ele há duas semanas, Telmário afirma que Janaína é desonesta e "não tem mais jeito" - porque está corrompida -, onde o Ministério Público Estadual vive "debaixo do chinelo de uma organização criminosa", acusando o órgão de subserviência e conluio com criminosos. E Telmário ainda faz ameaças caso a procuradora chefe não acate o que ele quer, afirmando que irá denunciá-la ao Conselho Nacional do Ministério Público.

Do mesmo modo, o paladino da moral e da ética já insinuou fortemente, em vídeo no ano passado, que o governador Antônio Denarium "só pode cheirar coisa errada", dando a entender que "coisa errada" seria cocaína, além de acusá-lo de ser "falsário".

Em suma, Telmário Mota pode falar o que bem entender sobre o que ele não prova a respeito dos atos de juízes e procuradores de justiça. Mas não admite que fatos a seu respeito venham à tona, como o envolvimento em rinhas de galos, e acusação de espancar violentamente uma jovem que iniciou romance com ele um mês depois dela completar 16 anos, segundo depoimento da mesma à Polícia Federal.

Pode-se até pensar que Telmário Mota é só um imbecil no campo jurídico. Não. O que ele quer é intimidar e constranger todos os juízes de Roraima. Nenhum imbecil insinua com gestos que uma juíza e uma procuradora de justiça receberam suborno em dinheiro ou em vantagens outras para não fazerem o que ele acha que elas deveriam ter feito mesmo desobedecendo a lei. Isso não é caso de desconhecimento jurídico, e sim, de puro mau-caratismo.


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