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FESTA MACRABRA
Analogia do que ocorreu na Itália, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos com a negação à pandemia.

Não dá para se levar vida normal
​Imagine, você, convidando 50 familiares e amigos para o seu aniversário, e no convite conste que ele é individual. Porém, mais da metade dos convidados leva outras cinco pessoas para a sua festa em que os 50 familiares e amigos acabam se tornando em mais de 200 convidados, o que aconteceria?

Não teria comida, bebida, mesas, cadeiras, copos, pratos, talheres e nem espaço para mais de quatro vezes o número de pessoas que você convidou. E lembrando que você colocou no convite que era individual, ou seja, os convidados foram abusados e irresponsáveis.

Amigo leitor, essa é uma analogia do que ocorreu na Itália, Espanha, Reino Unido e Estados Unidos com a negação ao risco de descontrole do coronavírus, e que hoje esgota o sistema de saúde de todo o país, em especial, o de Roraima, que já vivia o caos do descaso e do despreparo administrativo dessa gestão de Antônio Denarium.

Os pedidos e alertas feitos pela prefeita Teresa Surita - a primeira autoridade a decretar fechamento de comércio e anunciar a primeira morte pela Covid-19 no estado -, em abril, para que as pessoas evitassem sair de casa sem necessidade, e mantivessem o  distanciamento social, foram que nem o aviso do convite de aniversário informando que ele era individual. A população, mais de 60%, não seguiu a orientação, e levou a vida de forma irresponsavelmente normal.

O que Teresa alertou foi para o colapso que seria - e como se está vendo - do número grande de doentes diante da falta de remédios, leitos e UTIs que só o distanciamento combateria não gerando a demanda que os postos de saúde e hospitais sofrem hoje. Como na festa que não tem bebida, comida e nem espaço para quatro vezes mais convidados do que era esperado.

Há duas semanas o sistema de saúde colapsou em Roraima. Faltam medicamentos básicos nos postos de saúde do município. Faltam, enfermarias com leitos e UTIs nos hospitais. E as cenas de superlotação no HGR se tornaram comuns, com doentes em macas nos corredores, e até corpos sendo transportados entre os pacientes.

Para piorar a situação, há a irresponsabilidade do governo do estado em não repassar para a PMBV o percentual de medicamentos e testes para atendimento onde 70% da população vive. Onde assessores contratados pelo governo e apenas Telmário Mota, que se presta a esse papel, responsabilizam o sistema de saúde municipal como culpado até pelas mortes que vem ocorrendo, quando as pessoas morrem, sim, por falta dos respiradores superfaturados do governo, pelo não funcionamento do hospital de campanha há mais de dois meses entregue pelo Exército, e pela nítida incompetência de Antônio Denarium em administrar essa situação.

Numa festa de aniversário em que o número de convidos mais que quadruplicou, é fácil se pedir uma "cotinha" em que os convidados dessem algum dinheiro para se comprar mais bebida e comida, e com isso se resolver o problema causado pela falta de simancol.

Mas no enfrentamento de uma pandemia, a situação requer mais responsabilidade, não apenas da conscientização da população em enxergar que está se condenando por irresponsabildiade até para enxergar o que todos os dias circula nas redes sociais, com o HGR superlotado e mortos sendo transportados entre os pacientes. E por insistir em levar vida normal diante de tudo isso.


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