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188 MORTOS
Em abril, Teresa alertou sobre o colapso na saúde por causa do Coronavírus.

Sete vezes menos
Goiás tem população de 6.523.000, ou sete vezes a de Roraima. Até ontem, o estado registrou 7.221 pessoas contaminadas pelo coronavírus, onde 188 morreram. Goiás é um dos estados que mais obedeceram as recomendações da OMS para o isolamento social. O governador Ronaldo Caiado, médico, foi seguido pelos apelos que fez desde o início da quarentena há dois meses. Goiás é exemplo que desmoraliza Roraima.

E desmoraliza Roraima porque apesar dos apelos feitos, quase que unicamente, pela prefeita Teresa Surita, as pessoas não levaram a sério e mantiveram vida normal, com contatos e aglomerações nas ruas, além de levarem rotina comum de visitas a amigos, festas, não uso de máscara, e discursos de políticos, como Telmário Mota, reclamando que a prefeita fechou o comércio e iria "matar as pessoas de fome".

Ninguém em Roraima morreu de fome. Porém, 188 pessoas, exatamente a quantidade de mortos em Goiás, perderam a vida em casa e no Hospital Geral de Roraima, que tem 597.000 habitantes. Traduzindo, cada morador roraimense tem sete vezes mais possibilidade de morrer pela Covid-19 do que o morador de Goiás. E como é que isso é possível?

Primeiro que roraimense tem sido desobediente em seguir as orientações de distanciamento social. Segundo, o governo do estado, na pessoa do governador Antônio Denarium, se mostrou completamente despreparado e perdido no enfrentamento ao coronavírus. Fechou contratos superfaturados. Fez pagamentos antecipados e irregulares. Não preparou o HGR, e foi relapso com o hospital de campanha que o Exército entregou há mais de dois esses e Denarium não o equipou com insumos e pessoal.

Em abril, Teresa avisou e alertou todos sobre a necessidade de distanciamento social como única forma de se evitar o colapso no sistema de saúde, que significava, chegar ao ponto de não ter em nenhum posto médico, remédios básicos, e nos hospitais não ter medicamentos, leitos e UTIs disponíveis, colapsando o que já era um caos no estado: o HGR.

​E o que se vê de três semanas pra cá é que o que Teresa alertou, e as pessoas não seguiram. E o que as pessoas contaminadas e suas famílias viram e estão vendo é o colapso que tanto a prefeita falou, mas que adversários políticos, lhe criticavam por ter fechado o comércio, jogaram a opinião pública contra ela. Agora, imagine se Teresa tivesse relaxado as medidas?

Resposta: O número de contaminados e mortos seria, provavelmente, sete vezes maior. Não seriam quase 200 famílias chorando a perda de parentes, e sim, algo em torno de 1.400. Pra quem, esses adversários políticos da prefeita, jogariam a culpa de 1.400 mortos?

Se ainda houver alguma dúvida e até para desmontar discursos oportunistas de que "o povo não pode morrer de fome" como Telmário Mota bravateava, Teresa Surita não está preocupada em agradar ninguém pensando em eleição. Pelo contrário, ela assumiu todo e qualquer desgaste de imagem por contrariar pessoas ignorantes e políticos canalhas. Se o roraimense tivesse seguido o que ela tanto falou e alertou, Roraima teria menos mortes. Sete vezes menos.


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