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SEIS POR MEIA DÚZIA

Bolsonaro e Moro são farinha do mesmo saco.


Também vejo uma coisa só
Desse festival de disse-me-disse altamente comprometedor para ambos os lados, entre Sérgio Moro e Jair Bolsonaro, fico com Rosangela Moro, esposa do ex-juiz e ex-ministro: “Eu não vejo o Bolsonaro, o Sergio Moro. Eu vejo o Sergio Moro no governo do presidente Jair Bolsonaro, eu vejo uma coisa só”, em entrevista ao Estadão, em 16 de fevereiro passado.

Concordo porque, segundo Moro e Bolsonaro, um errava com o outro. Um pedia coisas nada lícitas ao outro, e o outro contemporizava calado, ou seja, era cúmplice. Um aceitou de bom grado as irregularidades que o outro como juiz lhe beneficiou, como condenando e mandando prender em julgamento relâmpago o favorito na eleição em que Bolsonaro venceu. E o outro, de bom grado aceitou ser ministro do governo de quem beneficiou diretamente mandando prender seu maior adversário.

Bolsonaro já mostrou o tamanho de sua hipocrisia em ser contra a velha política que ele pratica há décadas dentro de casa, ora indicando os filhos para cargos na Câmara dos Deputados, ora os elegendo a mandatos eleitorais, e ora tentando emplacar um deles, incapacitado intelectualmente, para ser embaixador dos Estados Unidos. E agora Bolsonaro se junta ao Centrão, que é o que há de mais caquético que existe na política brasileira.

Moro não é diferente. Como juiz, indicou testemunhas ao MPF para condenar quem eles queriam. Isso, dentro de um projeto de poder, pois se assim não o fosse, por que ele aceitou ir para o poder para ser super ministro, de um governo que ele ajudou a eleger?

Moro, se honrado fosse, teria saído há muito tempo do governo. Teria saído com as "rachadinhas" e milicianismo de Flávio Bolsonaro. Teria saído com o Queiroz que depositava dinheiro na conta da primeira dama. Teria saído com o Gabinete do Ódio tocado pelo desequilibrado Carluxo Bolsonaro. Teria saído assim que começaram as interferências irregulares de Bolsonaro querendo ter conhecimento das operaççoes da Polícia Federal.

Mas Moro se calou até que seu diretor da PF foi demitido. Ou seja, se Maurício Valeixo não tivesse sido demitido, Moro continuaria calado diante de todas essas relações criminosas dos Bolsonaros. Continuaria porque tem, desde a Lava Jato, um projeto de ser presidente da República, e pra isso, execrar o PT e Lula, era só a primeira etapa do plano. A segunda, era fazer nome no governo tosco como o melhor nome para substituir tamanha incapacidade.

​Bolsonaro, agora, se mostra como traído, divulgando fotos junto com Moro em jogos de futebol e lembrando que quando o Intercept Brasil expôs os crimes do ex-ministro, ele estava ao seu lado. Estava porque lhe era interessante, lhe valia algo. Depois das pesquisas em que a sua incompetência administrativa lhe colocou atrás de Moro, mudou de comportamento.

Moro usou Bolsonaro como Bolsonaro usou Moro. Como Rosangela, não vejo "o Sergio Moro no governo do presidente Jair Bolsonaro, eu vejo uma coisa só”.

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