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IMPUNIDADE
Denúncias de irregularidades na Sesau não resultam em nada.

O que esperar?
O que o cidadão roraimense que pena em filas ou sofre em cima de macas nos corredores do Hospital Geral e na maternidade pública a espera de atendimento pode esperar, quando o Ministério Público e a Justiça são alheios até às suas próprias conclusões de que há superfaturamento em contratos, irregularidades com gastos na Secretaria de Saúde, e que ocorre um "genocídio" dentro dos hospitais do estado?


Empresas de deputados e senadores
O que o MPE fez e a Justiça decidiu sobre a gravíssima denúncia que o médico Ailton Wanderley, o primeiro dos cinco secretários de Saúde de Antônio Denarium, fez sobre a ingerência de "empresas de deputados estaduais, federais e senadores vendendo serviços dentro da secretaria"? Nada!


Nada investigado
O que foi feito com a acusação de Ailton Wanderley de que "enquanto forem permitidos uma cooperativa distribuindo plantões a quem não trabalha; enquanto forem permitidas famílias com poder político vendendo serviços dentro da secretaria; enquanto forem permitidos médicos concursados vendendo serviços para a secretaria; enquanto for permitido judicializar procedimentos para beneficiar um grupo de pessoas; haverá corrupção"?


Foi além
E ele foi mais além: "O que mais me deixa angustiado é ver que todo dinheiro da saúde é feito para pagar as empresas privadas e não fica nada para o serviço público”, empresas privadas ligadas a políticos. Essas denúncias ocorreram no dia 3 de abril do ano passado.


Demitido por combater corrupção
Há duas semanas, Denarium demitiu o quarto secretário de Saúde, Allan Garcês, que prometeu acabar com a corrupção dentro da pasta. Porém, segundo Garcês, “o que o governador não contava era que os dois técnicos iriam trabalhar corretamente, fazer somente a coisa certa e combater a corrupção”, destacou Garcês, que diz acreditar que o motivo de sua saída foi o anúncio de uma possível auditoria na Sesau. “O sistema reagiu e um dia depois do anúncio, eu e o adjunto fomos exonerados”.


Acusação
O quarto secretário de Saúde deixou a pasta acusando o governo de compactuar com interesses externos para que não se apure denúncias de desvio de dinheiro público em contratos suspeitos na Sesau, e o que o MPE fez e a Justiça decidiu?


Inércia absurda
E a mais absurda das inércias. No dia 23 de outubro do ano passado, em audiência pública na Assembleia Legislativa, a promotora Jeane Sampaio, do MPE, afirmou: “Apesar de toda nossa esperança na melhoria da saúde pública, nada avançou. Estamos com o mesmo cenário que tínhamos no mês de outubro de 2018. Talvez pior”. (Foto Roraima1)


Tem conhecimento
E ela afirmou ter recebido informações que apontam um esquema de superfaturamento de cirurgias que custariam aos cofres públicos até 100 vezes a mais do que uma cirurgia que poderia ser feita de maneira regular no sistema público de Saúde. Jeanne Sampaio disse que a gestão estadual é ineficiente, não falta dinheiro, mas gestão, e há total ausência de vontade política em melhorar o setor.


"Genocídio"
“O que o cidadão busca no Hospital Geral, no hospital Coronel Mota, na Maternidade, ele só consegue porque o juiz determina que o Estado assim o faça”, disse Jeanne Sampaio, acrescentando que a saúde pública caminha para uma realidade “pior do que o inferno”, caso o Governo do Estado não tome uma atitude, pois o que vem ocorrendo nos hospitais do estado, segundo ela, é um verdadeiro “genocídio” de pacientes praticado pelo governo do estado.


Impunes lucram
E depois dessas graves revelações, nada nada nada aconteceu contra os responsáveis ou responsável por esse estado crítico, de caos, em que a saúde pública de Roraima piora cada vez mais a cada dia. Vidas já foram perdidas enquanto uns poucos lucram, e outros, impunes, assistem calados.


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