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DEU CHABÚ
Bolsonaro deveria aproveitar a chance de deixar de dormir com inimigo.

Moro fura "balão" de Bolsonaro
Sérgio Moro furou o "balão de ensaio" de Jair Bolsonaro que ventilou ontem recriar o Ministério da Segurança. “Talvez, pelo anseio popular de ter dificuldade nessa área, de ser talvez o ponto mais sensível em cada estado, essa possível recriação poderia melhor gerir a questão da segurança", disse Bolsonaro ontem antes de embarcar para Índia.

Ele vislumbrou recriar o ministério depois que secretários de Segurança Pública, de 17 estados, sem a presença de Sergio Moro, pediram a Bolsonaro que recriasse pasta exclusiva para Segurança. “Temos que tentar de uma certa forma dar um olhar pouco mais próximo à pasta da Segurança para que a gente tenha essas questões sendo tratadas de uma forma direta”, concordou Bolsonaro.

"A gente vai estudar. Estudaremos essas questões aqui e daremos uma resposta o mais rápido possível”, disse o presidente aos secretários. No entanto, Bolsonaro não esperava a imediata e ríspida reação de Sérgio Moro, que mandou dizer, via aliados, “se isso se confirmar” (a criação do novo Ministério de Segurança Pública) “ele sai do governo”.

Bolsonaro deveria aproveitar a chance de deixar de dormir com inimigo. Moro nega que é candidato a Presidência, mas já fala como candidato, responde perguntas como candidato, defende espaço político como candidato, ou seja, tem toda a pinta de que é candidato, sim. E no caso de Bolsonaro acatar a seu pedido de demissão, se livraria de quem tem pauta para ficar em evidência na imprensa e nas redes sociais todos os dias se quiser.

Fora do governo, Moro perderia um palanque e tanto há mais de dois anos para início da campanha eleitoral. Poderia ser triturado como "traidor" pelos "bolsominons" mais vibradores. Não teria a cobertura da TV Globo como tem hoje. Em suma, se enfraqueceria pois ficaria muito feio pra ele falar mal do governo ou de Bolsonaro haja vista que ele não aceitou uma decisão do seu chefe.

Porém, como se vê hoje pela declaração de um acuado Bolsonaro, de que há "zero chance" de recriar o Ministério da Segurança, vê-se que tudo não passou de mais um "balão de ensaio" a lá Bolsonaro, que Sérgio Moro furou numa só afinetada.


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