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LARANJAS
Romero Jucá defende punição severa a candidato que cometeu irregularidades.

Operação PF
Operação da Polícia Federal realizada ontem em Boa Vista teve objetivo de desbaratar suposto uso de candidaturas "laranjas" de mulheres envolvendo o MDB e o PSD na campanha eleitoral do ano passado. Uma candidata, Regiane Braga, teria recebido R$ 104 mil e obtido apenas nove votos, o que chamou a atenção da PF, que acusa o presidente do MDB, Romero Jucá, e seu filho Rodrigo Jucá, de envolvimento no esquema.


Pedido de prisão negado
E antes de qualquer comprovação de crime e coleta de depoimentos de suspeitos, a Polícia Federal pediu a prisão de Romero e Rodrigo, o que foi negado pela juíza eleitoral Lana Leitão. 


Tem que atender motivos
Há três motivos justificáveis para se pedir a prisão de alguém ainda na fase de inquérito: A primeira é para garantir a ordem pública e a ordem econômica, ou seja, impedir que o acusado, solto, continue a praticar crimes contra essas ordens, causando danos à sociedade. Mas isso, diante de algum fato que motive a prisão.
Segundo motivo, é o da conveniência da instrução penal, que é evitar que o acusado atrapalhe a investigação, como ameaçar testemunhas, destruir provas, pressionar pessoas. Mas isso, também, tem que ser percebido como fato ocorrido.
E o terceiro motivo, é o de garantir que o acusado fuja e a Justiça seja impossibilitada, de alguma maneira, de aplicar a sentençaa.


Sem fundamento
Ocorre que, Romero e Rodrigo Jucá não cometeram nenhum desses deslizes para que fossem presos, como avaliou a juíza Lana Leitão. "Não vislumbro, neste primeiro momento, a imprescindibilidade da constrição da liberdade dos investigados como medida importante para salvaguardar o bom andamento da elucidação dos fatos", isso, segundo ela, diante do fato de que as investigações são de domínio público e constam no site do TRE, e que Romero e Rodrigo têm endereços fixos, "portanto, conclui-se que a prisão temporária não encontra fundamento.”


"Alegações absurdas"
Em vídeo postado nas redes sociais, Romero Jucá, classificou de "alegações absurdas" vazadas da operação Títeres, de que ele e o filho desviaram recursos do fundo eleitoral na campanha de 2018. "O MDB naquela eleição coligou com diversos partidos, inclusive o PSD. Segundo a legislação eleitoral, o partido procedeu doação oficial a dezenas de candidatas e candidatos cumprindo inclusive a destinação de 30% para a candidatura de mulheres, tendo sua prestação de contas aprovada pelo tribunal eleitoral", disse Jucá.


Tem que punir
"Cada partido político é responsável pela escolha de seus candidatos e cada candidato é o único responsável pela seus gastos e prestação de contas. O MDB não tem nenhuma ingerência sobre isso. O MDB doou na campanha pra mais de 20 mulheres candidatas de diversos partidos, e qualquer desvio ou irregularidade realizada por qualquer candidata deve ser apurada e punida com rigor", defendeu.


Responsabilidade é do candidato
Ainda de acordo com Romero Jucá, a candidata do PSD, Regiane Braga, recebeu a doação dentro da cota estipulada para os candidatos, não tendo o MDB qualquer relação com ela. "Se ela (Regiane Braga), que eu não tenho nenhuma ligação, não aplicou corretamente os recursos ou correu da campanha, quem tem que responder isso é ela", haja vista que, segundo Jucá, os partidos não são responsáveis pela prestação de contas dos candidatos. "Cada candidato é o único responsável por sua prestação de contas", finalizou.


PSD
O diretório regonal do PSD informou em nota que as denúncias apresentadas se referem às eleições de 2018, sem qualquer relação ou envolvimento com os atuais membros da executiva estadual.
“É importante salientar ainda que os integrantes da nova composição do PSD no Estado, tomaram posse na última Convenção Regional, realizada no mês de junho de 2019. Assim, assumiram em consonância com os princípios que fundamentam o Partido, em defesa do exercício da política com responsabilidade, da ética, da honestidade e do zelo pelo bem público. A Executiva estadual do PSD está à disposição da Justiça e confiante na correta apuração dos fatos”, diz a nota.



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