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OPERAÇÃO PF
Quais serão os desdobramentos das prisões de contrabandistas de ouro?

Todo mundo sabia
Muitos fios enrolados marcam a operação de Polícia Federal realizada anteontem em Roraima. O contrabando de ouro feito por venezuelanos e brasileiros era de conhecimento geral nos meios politico e empresarial há dois anos. Sabe-se, por exemplo, que o ouro na Venezuela - com o Bolívar impraticável e o bloqueio dos Estados Unidos aos bancos - virou a moeda corrente em boa parte das negociações com empresários que vendem de tudo para a classe privilegiada venezuelana.


Só para Maduro e para ricos
Sim, as mercadorias vendidas por empresários brasileiros não atendem ao povo pobre e faminto da Venezuela, daí porquê do tamanho da imigração para Roraima. Vendem para quem tem dinheiro para negociar em ouro, e com aval do governo de Nicolás Maduro, que é acusado de ter ligações com o narcotráfico e com a exploração de ouro e diamante.


Balela
Então, essa conversa mole de que a fronteira com a Venezuela tem que ficar aberta por causa dos negócios com o empresários brasileiros, como defende Telmário Mota, é balela. É conversa pra boi dormir. A fronteira foi aberta depois que ele pediu a Maduro e a entrada de venezuelanos só aumentou porque não chega comida ao povo.


Dois pontos
Primeiro: nenhum empresário paga imposto para exportar, ou seja, não entra nada para os cofres dos governos municipal, estadual e federal. Segundo: esses empresários alimentam a ditadura de Nicolás Maduro, que compra apoio dos ricos e das forças armadas os abastecendo com essas mercadorias muitas vezes negociadas com ouro, que a PF apurou ser contrabandeado.


A peso de ouro
Quando Maduro fechou a fronteira, os empresários de Roraima e Amazonas deixaram de faturar em boa parte em ouro, porque sem dinheiro, essa foi a forma para ser mantido o mercado lucrativo haja vista que as mercadorias brasileiras estão sendo vendidas literalmente a peso de ouro para o governo venezuelano e para empresários ricos de lá.


Honesto e probo
Daí, com a fronteira fechada, os empresários roraimenses encontraram Telmário Mota, um homem honesto e probo, que não aceitou nada, nenhum centavo dos empresários, e foi lá conversar pessoalmente com Maduro, também sem oferecer nenhuma vantagem ilícita ao ditador que tem negócios com traficantes de drogas, contrabandistas e milícias que oprimem quem faz oposição a ele, para que a fronteira fosse reaberta, os negócios com ouro retornassem, e mais venezuelanos entrassem - como entraram - em Roraima.


Presepada
Ou seja, essa presepada de Telmário acabou por incrementar o contrabando de ouro, a entrada de drogas e a imigração de milhares de venezuelanos que fogem da miséria do lado de lá.


Tudo voltou
O incrível é que todo mundo sabia, menos Telmário Mota, que os empresários ganham - e muito - com a Venezuela porque não pagam impostos e boa parte recebe  em ouro. Drogas voltaram a entrar com mais facilidade no estado devido à deficiente vigilância na fronteira. E mais venezuelanos famintos buscaram o estado atrás de sobrevivência porque os negócios com empresários brasileiros só beneficiam os ricos e as hostes do governo de Maduro. 


Principais soltos
Sobre a operação da PF, um empresário que conhece bem essa relação comercial com a Venezuela falou ao Fontebrasil que os principais cabeças desse mercado não foram presos, e sim, de certo modo, foram alertados. 


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