O marketing ruim de Denarium
Quase 2/3 ou 55% da população de Roraima rejeita o governador Antônio Denarium, segundo pesquisa do Instituto Paraná, revelada na semana passada. E esse número pode ser ainda maior, isso porque, sabe-se que muitos servidores públicos comissionados temem perder o emprego achando que podem ser identificados por pesquisas que avaliam o governo.

A rejeição alta de Denarium não é surpresa. Sua administração é fraca e desatenta com a área social, onde pessoas morrem em macas espalhadas nos corredores do Hospital Geral, enquanto o governador viaja todas as semanas com comitiva para Brasília, e o seu governo não tem uma passagem para dar a uma índia de 16 anos, para fazer cirurgia fora do estado, porque o HGR está deficiente.

A menina morreu depois de três meses pedindo uma passagem, enquanto Denarium no mesmo período fez, por baixo, 10 viagens para tratar de agronegócios e política.

O outro problema que reflete essa rejeição medonha ao governador, é sua fraca e deficiente comunicação social, que confunde marketing com divulgações, achando que basta divulgar e divulgar para o governo fazer sucesso. Desde quando quantidade é sinônimo de qualidade? De que adianta uma bacia de feijão e arroz, se o feijão é duro, sem tempero, aguado, e o arroz é grudento?

Comunicação ruim não vende. Isso é fato. E é muito ruim a comunicação de Denarium. Com quase um ano no poder, era para ele ao menos ter uma uma aprovação superior a 60%. Ele está longe disso porque sua comunicação não funciona. O seu feijão com arroz não tem tempero, é ruim. A sua comunicação não tem conteúdo, não convence.

Só lá em Belém do Pará que divulgação maciça é sinal de marketing inteligente. E Denarium, um completo beócio no assunto, todo dia é enganado com a conversa de que as suas aparições "estão bombando, chefe". Bombando tanto que está aí, de cada 10 pessoas, seis o reprovam veementemente.

Vendo esse marketing de Denarium, me lembrei de Rui Figueiredo, o assessor de imprensa do então governador Anchieta Júnior. Rui pelo menos sabe escrever. 

Há uma frase clássica que os roraimenses falam sobre quem chega de fora "se achando" o banbanbam em qualquer coisa. "Se fosse bom mesmo, não estaria em Roraima" falam sobre quem "se acha". E realmente, se o marketing de Denarium fosse bom de verdade, ele não estaria com essa rejeição, e seu marketeiro, estaria pelo menos trabalhando em Belém, não especulando nem os mercados de Brasília, São Paulo ou daqui da Europa. Isso já seria um sonho.

P.S: A foto acima divulgada pela comunicação do governo mostra Denarium sendo ignorado pelo público. Exemplo do que é quantidade de divulgações, e não qualidade de trabalho.