- 03 de julho de 2025
Nomeação e composição
O convite que o senador Chico Rodrigues recebeu para ser um dos quatro vices líderes do governo no Senado pode ser explicado na nomeação de Leonardo Rodrigues, o Léo Índio, sobrinho do presidente Jair Bolsonaro, e parceiro de apartamento do homem mais forte do governo, o 02, Carlos Bolsonaro. Léo Índio foi nomeado ontem com salário de R$ 22,9 mil. O nome disso é composição política, e não se trata de nenhuma imoralidade.
Prestígio
A foto que Chico tirou junto com Índio é completamente fora do comum em se tratando de chefe e assessor recém nomeado. Seria normal entre dois políticos que compõem a mesma base política selando um acordo ou demonstrando afinação. Notadamente, vê-se o prestígio do novo assessor.
Abertura de portas
O que é líquido e certo, é que a contratação do parceiro do homem forte do governo e sobrinho do presidente, se bem utilizada no campo das articulações políticas, pode significar a abertura de portas para Chico Rodrigues buscar atender as demandas mais urgentes do estado.
De que adiantará?
Mas se não for isso, de que adianta ter o parceiro do 02 - que é mais forte que o 01 e o 03 juntos -, ganhando quase R$ 23 mil, que poderiam servir para empregar dois ou três técnicos roraimenses que vivem em Brasília e que conhecem muito melhor a realidade do estado?
Prazo curto
Em análise curta e objetiva, ou Léo Índio dá retorno em facilitar as coisas para Roraima, ou Chico Rodrigues é que vai pagar o ônus de uma contratação inócua e todo seu desgaste na imprensa e nas redes sociais como senador que emprega o parceiro de Carlos Bolsonaro que não dá nada ou quase nada em troca para o estado.
Prazo pra Léo Índio dá retorno é mais curto que pensa o mais complacente dos assessores de Chico Rodrigues.
O vício em política
A política é viciante. A pessoa entra nela, se elege a algum cargo e não quer mais largar esse osso. Também com tantos benefícios, como os de deputados, que têm salários e privilégios que somados passam da casa dos R$ 150 mil para seu uso e de quem empregar. Poucos têm o desapego, que por exemplo, teve o advogado Marcelo Natanael, que foi deputado estadual e simplesmente não quis concorrer a reeleição.
Caros e menos produtivos
Com esse 'vício' na política, muitos servidores públicos que tiveram mandatos eletivos se tornam caros e menos produtivos. Vejamos o caso do ex-deputado Oleno Matos, que é defensor público, passou dois mandatos na ALE sem trabalhar como defensor, e agora já quer ser candidato a prefeito de Boa Vista. Que hora Oleno vai fazer jus ao salário e benefícios de mais de R$ 50 mil líquidos por mês que ganha do bolso do contribuinte, já se sabendo que a produtividade dele como defensor é menor que da maioria dos seus colegas?
Nada fazem
Engraçado é que essas coisas, esses abusos, essa festa com pouca produção bancados com salários e privilégios integrais, a imprensa complacente e os órgãos de fiscalização não comentam e não fazem nada.
Não fizeram nada
Boa parte dos alunos do estado estão sem aulas desde o ano passado por falta de transporte escolar, e nenhum deputado federal e nenhum senador correu atrás de recursos para que o governo pague dívidas e contrate empresas que possam prestar esse serviço?
Me engana que eu gosto
E mais engraçado é que essa gente foi eleita prometendo muito trabalho, liberação de recursos para saúde, educação, segurança e infraestrutura, mas o resultado...
Fiscalizam o quê?
Como é que o Ministério Público Estadual, a Assembleia Legislativa e o Tribunal de Contas vêem esse descaso do governo de Antônio Denarium, que não prioriza o retorno às aulas desses alunos?
No sal
E falando em Antônio Denarium, pra quem teve acesso ao teor dos depoimentos prestados à justiça sobre acusação pesada de esquema de compra de votos na eleição passada, acredita que a situação do governador está bastante complicada caso ele não tenha boas e pontuais provas para se safar.