- 03 de julho de 2025
Lapsos de memória
O presidente da Assembleia Legislativa, Jalser Renier, deve estar sofrendo de lapsos de memória. Ontem em entrevista à rádio 93FM, ele denunciou que a ex-procuradora geral do Ministério Público de Roraima, Elba Amarante, nada fez contra a gestão de Suely Campos. Ora, qual é o papel de todo deputado se não o de fiscalizar e tomar atitudes em caso de irregularidades contra o governo?
Pois bem, pelo o que se sabe, não foi Elba Amarante e nem o promotor Marco Antônio Azevedo que deram chiliques rivotris contra dona Suely, não foi ela que atacou o governo, e depois com a maior cara lavada disse que não iria por em votação o pedido de impeachment da governadora porque foi o povo que deu o mandato e o povo é que tem que tirá-la. Como presidente do legislativo, Jalser foi nada fiscalizador, e sim, parceiro nas horas certas, e solícito nas incertas.
Jalser foi o maior aliado de dona Suely. Cabia a ele permitir que o processo de afastamento dela fosse iniciado e firmado. Mas governista de raiz, governista eterno, governista visceral como sempre foi e agora já o é, pesou mais ser aliado e assistir contente que empresas de familiares seus, igual nos governos anteriores, firmassem contratos milionários com o Palácio Hélio Campos na gestão de dona Suely.
Jalser esqueceu que houve mais que condescendência do Ministério Público Estadual para com ele e com a ALE em não ir a fundo na questão do cheque dele de R$ 500 mil encontrado na mochila de Paulo César Quartiero um dia após ele ter renunciado. Esquece que o MPE é complacente em não pressionar o Tribunal de Justiça para julgar a apelação dos condenados da Cartas Marcadas, uma quadrilha que surrupiou mais de R$ 6 milhões da Casa, segundo o MPE. "Quadrilha" essa de servidores ligados diretos a ele, como a Verona Sampaio Rocha Lima, e Gerson Melo, irmão do agora superintende de fiscalização da ALE, George Melo.
Jalser esqueceu a condescendência do MPE com os contratos superfaturados da ALE que ele firmou com empresa copiadora de xerox, coisa besta de mais de R$ 240 mil por mês. Esqueceu o contrato de fornecimento exagerado de milhares de litros de combustível por mês. Esquece os fantasmas que assombram o Legislativo, tendo gente famosa como exemplo.
Renier, deixe de reclamar da boa complacência que teve. Deixe de ser menino minado, que quando contrariado pega celular dos outros e quebra, sai invadindo rádio, gritando, ofendendo as pessoas e querendo agredir mulher. Deixe de bancar o coitadinho para ter atenção de suas mãe, esposa e assessoras. Sugiro, Jalser, que além de calmante para mostrar serenidade, tome memorex para tratar desses lapsos de memória.