- 03 de julho de 2025
Leviandade ou excesso de segredo
Assim como se pede que todos órgãos da administração pública sejam transparentes, o mesmo tem que valer para o Ministério Público e suas investigações. Fazer como o MPE está fazendo em relação à operação realizada anteontem na Assembleia Legislativa, e na casa do presidente Jalser Renier, é leviandade institucional pois não se ampara na desculpa de "sigilo judicial" ficar soltando meas informações que só alimentam especulações diversas, pré-julgamentos e desinformação gereneralizada na sociedade.
Ontem, os promotores confirmaram que "um cheque de R$ 1 milhão foi encontrado durante operação na casa do deputado Jalser Renier", mas, aí, vem a informação ou desinformação de que o MPE, órgão que toca essa investigação não confirmou, primeiro, que o cheque estava ou não assinado; e segundo, por quem.
No dia do sacode geral nas casas de Jalser e de amigos e cunhados dele, o MPE informou que a operação partiu de delação premiada firmada pelo Tribunal de Justiça, mas o que essa delação revelou, e quem é o delator, o MPE não disse, se mantém obscuro ou sigiloso em excesso porque, se há um delator de supostos crimes praticados por agentes públicos, a sociedade bem como os acusados têm o direito à essa informação.
Amanhã, o MPE bate à porta de qualquer cidadão e diz que ele foi delatado em crime e sua casa é revirada da cabeça abaixo e pronto. E isso, pela falta de transparência, levanta a forte suspeita que o MPE prepara busca e apreensão é para ver se descobre algo, sim, que incrimine quem se investiga.
Resultado disso, é que ontem já tinha gente afirmando que a tal delação contra Jalser foi feita por Verona Rocha, "para aliviar os anos de condenação que levou" pelo rolo das Cartas Marcadas. Outro nome também comentado como sendo o delator misterioso, foi o de Gerson Melo, mais um condenado na Cartas Marcadas, e irmão de George Melo. A delação teria ocorrido depois que o George, derrotado nas urnas, viu que o prêmio de consolação em se tornar conselheiro do Tribunal de Contas do Estado pelas mãos de Jalser, deu chabú, e que o presidente da ALE sendo cassado, George, que é suplente de Jalser, assumiria o mandato.
Falou-se também em um empresário como provável delator. Esse empresário, teria sido prejudicado pelas multas que recebeu da Receita Federal depois de passar notas fiscais frias para Rafael Rocha, irmão de Verona, outro condenado das Cartas Marcadas, que operou esquema de contratos superfaturados dentro da ALE.
Veja só, amigo ouvinte, o que resulta o MPE não ser apenas transparente e preciso em apenas informar fatos. Você que paga mais de R$ 40 mil em salários e benefícios para esses promotores, têm todo o direito em saber se os cofres públicos estão sendo ou não lesados, e esses promotores, a obrigação de prestar contas do trabalho que executam e como o dinheiro público empregado em seus salários, resulta, prestando informações de maneira clara e transparente.
Decreto questionável
Há algo de questionável nesse decreto assinado pelo então interventor do estado Antônio Denarium suspendendo todos os contratos já firmados e a possibilidade de firmar novos convênios pelo prazo de seis meses, decreto esse assinado com data retroativa a 28 de dezembro passado.
Questionável porque desde anteontem um novo governo tomou posse depois que o prazo de intervenção federal acabou em 31 de dezembro. Assim, como pode valer para um governo que se iniciou, um decreto baixado pelo interventor? Não seria mais organizado ou legal que Denarium, como governador, assinasse o decreto, pois como pode valer algo que foi feito por uma intervenção com prazo estipulado, valer após esse prazo?
Intimado judicialmente
Depois de muitos "dribles" dados no oficial de justiça que por seis meses tentou lhe intimar para prestar depoimento sobre a acusação de mandar atentar contra a vida do mecânico Wilson Clemente, o ex-deputado George PF Melo, foi intimado. Isso, no dia 24 de dezembro passado.
Acusação de atentado
O MPE acatou denúncia contra George Melo, tento o relato de Wlson e postagens feitas pela "assessoria especial" de George Melo, Daniela Assunção, que minutos após o atentado, comemorou no Facebook o ocorrido. "Como é que ela (Daniela Assunção) tomou conhecimento de uma tentativa de assassinato menos de cinco minutos do ocorrido, sendo que só eu, minha esposa e minha filha estávamos em casa?", questiona Clemente.
Posts íntimos e fetiches
George Melo se recusou à época, a apresentar seu celular para perícia apurar se houve ou não comunicação entre ele e sua "assessora". No entanto, Wilson Clemente garante que tem provas de que houve uma conversa entre os dois acusados, comemorando "a lapada". Em outra ocasião, vazou uma suposta conversa entre Daniela e uma amiga onde fetiches e hábitos de higiene de George Melo foram revelados. A própria Daniela Assunção postou essas conversas em sua página no Facebook.