Mudar pra tudo ficar igual
O Leopardo”, livro de Tomasi di Lampedusa, conta a decadência da nobreza e a ascensão de uma nova classe na Itália do final do século 19, endinheirada, destituída de sangue azul, mas ávida para comprá-lo. A frase célebre da obra é em resumo o que ocorre semrpe, rotineiramente na política brasileira no geral e em Roraima, no particular: "Algo deve mudar para que tudo continue como está".
Calote eleitoral
Antônio Denarium se apresentou como candidato ao governo, prometendo uma renovação geral, com ética, sem fisiologismo e nepotismo. Mas o que se viu é que o seu discurso ficou só no gogó. Só no sotaque carregado do interior de Goiás.
Argumento fuleiro
Denarium se juntou a Mecias de Jesus, político tradicional, com acusações tradicionais de enriquecimento ilícito através de roubo de dinheiro público; Denarium, como seus antecessores, colocou a mulher empregada como secretária da Setrabes com o fuleiro argumento de que é "costume" as primeiras-damas serem secretárias de Bem-Estar, como é tradição elas usarem o cargo para se lançarem na política. Denarium fatiou seu governo com indicações políticas de gente que visa primeiro o lucro político-eleitoral e não propriamente a melhoria de vida do roraimense.
Denarium é igual a todos
Que renovação é essa? Isso é hipocrisia pura, para não dizer cinismo sem vergonha. Alegar que é "costume" ou "tradição" coisas imorais e fisiológicas prova o que eu disse aqui no início sobre o que é comum na política brasileira no geral, e em Roraima no particular: muda-se algo para que tudo continue do mesmo jeito. Denarium é igual todos que ele falou mal.
Ione e Renan devem assumir mandatos
Acho difícil a justiça não acatar algum pedido feito para Ione Pedroso e Renan Bekel Filho para tomarem posse daqui duas semanas. Os dois sequer são réus. São investigados. Estão preventivamente presos para que não atrapalhem as investigações. Mas daqui mais 14 dias, que é tempo suficiente para se apurar muita coisa e impedir possibilidades de obstruções da justiça. Assim, com autorização expressa para apenas participarem da posse e eleição da mesa diretora da ALE, os dois deputados presos poderão assumir seua mandatos.
No mais, pelas notícias de prisões de parlamentares eleitos presos, dá para se ter a idéia das fortes emoções que vão marcar a próxima legislatura
"Maninho" check-in
O procurador do Ministério Público de Contas, Paulo Sérgio Souza, o "Maninho", já tem pronto o futuro quando se aposentar do serviço público: personal tourist. O que esse sercidor público já viajou para o exterior, por conta do contribuinte, superou qualquer cidadão da história de Roraima. Isso é o que registra matéria especial da revista Época dessa semana.
R$ 1,6 milhão em diárias
"O procurador, que tem como atribuição profissional zelar pela boa aplicação do dinheiro público, recebeu R$ 1.606.715,90 só em diárias relativas a 180 viagens nacionais e internacionais desde 2012, conforme consta no portal de transparência do Tribunal de Contas local.
O valor indica que o procurador recebeu uma média de R$ 266 mil a cada ano, nos últimos seis anos, só para custear despesas com hospedagens fora de Boa Vista, onde mora. Os números revelam também que, em vez de se debruçar sobre contas, o fiscal botou o pé na estrada uma média de 30 vezes por ano, ou, 2,5 viagens por mês. Não existe um estudo formal sobre o assunto, mas o procurador é candidato a campeão nacional em viagens com dinheiro público.", diz a reportagem.
Tudo isso a trabalho?
"Os valores das diárias do procurador viajante impressionam no atacado (R$ 1,6 milhão) e no varejo. Numa viagem a Paris e Lisboa entre 17 e 27 de janeiro do ano passado, Sousa recebeu R$ 31.900 por 10,5 diárias. Três meses antes, numa viagem a Dublin, na Irlanda, entre 8 e 17 de setembro de 2016, o procurador faturou R$ 28.900 com 9,5 diárias. Quatro meses antes da passagem por Dublin, Silva passou a mão em mais R$ 31.900 por 10,5 diárias. Isso aconteceu três meses depois de ele receber R$ 28.900 por 9,5 diárias numa viagem de 6 a 15 de fevereiro para Miami.
A disposição do procurador para viajar é antiga. Entre 10 e 21 de dezembro de 2014, por uma esticada de La Plata (Argentina) a Las Vegas (Estados Unidos), ele recebeu R$ 28.900 por 9,5 diárias. Isso depois de abocanhar R$ 25.200 por uma viagem de 6 a 15 de outubro de 2014 a Barcelona, na Espanha. No roteiro do procurador viajante constam ainda viagens a Palma de Mallorca, Zurique, Rio de Janeiro, Campos do Jordão, Fortaleza, São Paulo e Brasília, entre outros endereços.", diz outro trecho da matéria de Época.
Ganha mais de R$ 50 mil por mês
Pelos dados oficiais, o procurador embolsa R$ 3.047 a cada dia de viagem ao exterior. A diária é R$ 1.600 nas viagens pelo Brasil. Isso pode parecer uma cifra expressiva para a maioria dos brasileiros, sobretudo para quem ganha salário mínimo. Mas está dentro do padrão de remuneração do Tribunal de Contas e do Ministério Público de Contas de Roraima. O salário de um procurador de contas de Roraima está em torno de R$ 30.400. O contra-cheque é engordado ainda com uma gratificação pelo simples fato de ser procurador, no valor de R$ 3.200. Os mimos não param por aí. Os procuradores têm direito a mais R$ 9.100 em auxílio-transporte, R$ 4.300 de auxílio-moradia, mais de R$ 3 mil em auxílio-alimentação e, por último, R$ 400 de auxílio-creche. Ao todo, um procurador recebe algo em torno de R$ 50 mil. Isso, claro, sem contar as diárias.
Sempre acompanhado de assessoras
A reportagem causou muita revolta nas redes sociais. O custo benefício dessas viagens caras, onerosas ao erário é tido como inócuo, sem sentido e sem resultado para a sociedade, e apenas interessante para Paulo Sérgio "Maninho" e suas acompanhantes, haja vista que ele - se não em todas, mas em boa parte dessas "turnês" a trabalho - sempre leva uma assessora.
Anão enciumado ou revoltado
E justamente pelas fotos que foram publicadas pela revista, causaram revolta em um político baixinho, que ficou não só indignado, mas arrasado com, sabe-se lá porquê, da "ingratidão e traição". Sentimento estranho, mas parecendo ciúme do que mera revolta institucional.
O eleitor respondeu por mim
Há um ano, alguns honestíssimos deputados estaduais aprovaram decreto legislativo em que me 'condecoraram' como pessoa não grata ao estado de Roraima. Na realidade, sou Persona não grata para 13 deputados. Desses, boa parte não se reelegeu.
Hoje, eu renovo a satisfação em ter visto a que ponto chegaram pessoas que enriqueceram em quatro anos o que a maioria esmagadora de trabalhadores brasileiros não enriquece em 20 anos de muita labuta. Pessoas essas, acusadas de toma-lá-dá-cá com o governo de dona Suely. Pessoas essas que mantiveram no poder o pior governo da história. Pessoas que são acusadas de usarem notas fiscais frias para receber dinheiro público, e essa gente não conseguiu dobrar quem as denuncia e as critica.
Ser persona non grata desses deputados, é o maior elogio e reconhecimento que eles puderam me dar, e muito me orgulho disso. Eu, ficaria envergonhado e constrangido é de receber elogios desses cúmplices do corredor da morte no Hospital Geral, de quem é omisso com o roubo de R$ 3,5 milhões do sistema prisional, desleixados com contratos superfaturados.
Pra mim, ser persona non grata desses deputados, é quase a mesma coisa que ser persona non grata para bandidos, para aliaciadores de menores, e pra gente que manda mulher e irmão para a cadeia no seu lugar.
Agradeço mais uma vez a homenagem, embora eu e as pedras soltas do que sobrou do Beiral saibamos que isso em nada nada nada interferiu na minha vida, na da minha família e de quem acompanha todos os dias o que levou esses verdadeiros exemplos de honestidade, ao apelo.
A minha resposta pra essa gente, foi dada nas urnas, em que a maioria dos que me "condecoraram", foi derrotada, foi reprovada nas urnas. O relator da minha comenda, George PF Melo, que colheu assinaturas, também perdeu. A minha resposta foi dada pelos eleitores, que mostraram quem na verdade são as personas non gratas.
Natal da Paz
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