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Edersen Lima

GAFANHOTOS, PARABÉNS!


GAFANHOTOS, PARABÉNS!
O Portal G1 publicou ontem extensa reportagem sobre os 15 anos da operação Praga do Egito, que em 2003 prendeu quase 50 pessoas, entre elas, o ex-governador Neudo Campos, ex-deputados estaduais, e parentes de políticos com mandato, como Darbilene Rufino, mulher do então presidente da Assembleia Legislativa, Mecias de Jesus.

A reportagem aborda que, 15 anos depois da maior operação contra o maior rombo de dinheiro público desviado no estado, apenas cinco destes processos tiveram sentença transitada em julgado, as demais receberam sentença da Justiça Federal de Roraima, mas aguardam julgamento em graus de recurso, e outras sequer foram julgadas, como é o caso do processo em que Mecias, Darbilene, um irmão e o pai dela são acusados de formação de quadrilha além de apropriação criminosa de salários alheios, pertencentes às pessoas que nem sabiam que eram contratadas do governo e que Darbi era procuradora, pessoas essas que a Polícia Federal apurou serem semi analfabetas, o que é visível nas assinaturas das procurações dadas à mulher de Mecias.

E por que o homem do milagre da multiplicação dos bens ainda não foi julgado? Primeiro, por pura parcimônia da desembargadora Mônica Sifuentes, do TRF1, que há mais de cinco anos está com o processo de Mecias e família nas mãos e não o julga. É certo que ele usou de meios curiosos - ou malandros - que implicaram na demora em ser julgado, colocando como suas testemunhas pessoas que moravam e nunca foram encontradas em outros estados. Mas a leniência de Mônica Sifuentes não se explica.

Agora, esse aniversário da Praga do Egito bem como os caso gafanhotos, no geral, não fazem mais muito sentido para o cidadão roraimense. Os principais implicados se reelegeram aos mesmos cargos. Mecias, por exemplo, foi promovido, foi eleito senador no mês passado, comprovando o que eu disse. E olha que ele é conhecido como o homem do inexplicável milagre da multiplicação dos bens.

Amigo ouvinte, se por um lado a justiça não julga os reús que há mais de 10 anos perambulam livres, leves e soltos por aí, a sociedade trata de consagrá-los com mandatos de deputado e senador. A justiça realmente se mantém com os olhos tapados, e o eleitor bate palma cantando parabéns a você.

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